Guerra entre Israel e Hamas no 11º dia: bombardeio a hospital em Gaza pode ter deixado mais de 500 mortos
A guerra entre Israel e Hamas entra no décimo primeiro dia, com a notícia de que as forças israelenses afirmam ter realizado hoje (17) ataques aéreos contra 200 alvos do Hamas e da Jihad Islâmica na Faixa de Gaza, incluindo uma sede onde membros do grupo extremista foram mortos. Um dos ataques atingiu um hospital no norte de Gaza, e pode ter deixado entre 300 e 500 mortos, segundo autoridades locais.
O bombardeio com míssil atingiu o hospital Batista de Al-Ahli Arabi, de acordo com a rede Al Jazeera. A Associated Press diz que o ataque teria sido cometido por Israel – o Hamas e líderes de países como o Irã também acusam o país pelo bombardeio e chamou o ataque de “genocídio” e “crime de guerra”. Teria sido o pior ataque desde 2008.
O hospital atendia feridos de guerra e servia de abrigo à população local, segundo o governo do território palestino.
Um médico do local disse que o total de mortes pode chegar a mais de mil pessoas. Israel alega que o ataque foi feito por um foguete do Hamas, que explodiu numa falha de funcionamento, antes de ser lançado ao território israelense. O governo de Israel disse que o grupo palestino Jihad Islâmica foi o responsável pelo ataque. Porta-voz do grupo negou à Reuters a autoria do ataque.
Desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, a guerra fez mais de 4400 mortos, 3000 palestinos e 1400 israelenses.
A reunião do Conselho de Segurança da ONU, que iria discutir a proposta do Brasil sobre a instalação de corredores humanitários, foi adiada.
O presidente dos EUA Joe Biden se reúne neste quarta com o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu em Tel Aviv. Biden se encontraria com o Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, na Jordânia — com autoridades locais e do Egito para discutir ajuda humanitária aos civis na Faixa de Gaza. Mas, após o ataque ao hospital, a reunião foi cancelada por Abbas.
Pela manhã foram registradas 71 mortes após os bombardeios realizados por tropas de Israel no sul da Faixa de Gaza, segundo o canal de notícias Al Jazeera. Outras centenas de pessoas ficaram feridas durante os ataques que atingiram casas em Rafah e Khan Younis.
Ainda de acordo com as forças israelenses, navios da Marinha também realizaram ofensivas contra centros de comando do Hamas e locais de armazenamento de armas na Cidade de Gaza.
Até o momento, segundo informações do governo palestino, mais de 2,8 mil pessoas morreram e mais de 9,7 mil estão feridos em Gaza.
Em Israel, o governo contabiliza mais de 1,4 mil mortos, sendo a maioria nos ataques do dia 7 de outubro, primeiro dia do conflito no Oriente Médio. De acordo com o país, pelo menos 199 pessoas são reféns do Hamas em Gaza.
Fronteira da Faixa de Gaza com Egito permanece fechada
O bloqueio da fronteira da Faixa de Gaza com o Egito, realizada por questões de segurança, impede a fuga de civis estrangeiros, incluindo brasileiros. A chegada de ajuda humanitária também acaba sendo dificultada.
Vale lembrar que a Faixa de Gaza está há mais de uma semana sem receber água, luz e comida. O território possui mais de 2 milhões de habitantes.
Guerra em Israel: Biden deve visitar o país na quarta-feira
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fará uma visita oficial a Israel e à Jordânia nesta quarta-feira (18) para falar com o conflito. Acredita-se que o objetivo da viagem é demostrar o apoio norte-americano a Israel.
Ele deve passar a quarta-feira em Tel Aviv e, em seguida, irá para Amã, na Jordânia, onde se reúne com o Rei do país, Abdullah, o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi e o presidente palestino, Mahmoud Abbas.
Tio de filha de brasileira sequestrada pelo Hamas confirma morte
O tio de Celeste Fishbein, filha de brasileiros que havia sido sequestrada pelo grupo islâmico Hamas, disse nesta terça-feira (17) que a jovem faleceu. A informação, segundo Mario Ricardo Fishbein, foi dada pelas forças israelenses.
Fishbein tinha 18 anos e morava próximo à Faixa de Gaza. Ela nasceu em Israel, mas era filha e neta de brasileiros que migraram para Israel.
Na segunda (15), a Embaixada do Brasil em Israel disse que outro filho de brasileiro, Gavriel Yishay Barel também morreu devido aos ataques.
Desde o início do conflito entre Israel e Hamas, outros três brasileiros foram mortos por terroristas do grupo islâmico: o gaúcho Ranani Nidejelski Glazer (23 anos), Bruna Valeanu (22 anos) e Karla Stelzer Mendes (42 anos).
ONU: Conselho de Segurança rejeita proposta da Rússia sobre guerra Israel-Hamas
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) rejeitou, nesta segunda-feira (16), a proposta de resolução da Rússia sobre a guerra entre Israel e o Hamas. A reunião foi convocada pelo Brasil, que preside atualmente o Conselho.
A expectativa é de que o Brasil apresente sua proposta na terça-feira (17), em nova reunião do Conselho.
A resolução da Rússia apresentava a proposta de um cessar-fogo imediato, a abertura de corredores humanitários e a liberação de reféns com segurança, mas não condenava diretamente o Hamas pelos atos de violência cometidos.
A proposta da Rússia teve cinco votos favoráveis, quatro contrários e seis abstenções. Para aprovar uma resolução na ONU, é preciso o apoio de 9 dos 15 membros e nenhum dos membros permanentes pode vetar o texto.
O Conselho de Segurança tem cinco membros permanentes: China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos. Outros 10 países fazem parte do conselho rotativo: Albânia, Brasil, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Suíça e Emirados Árabes.
EUA: proposta da Rússia vetada na ONU por não mencionar o Hamas
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, explicou que a proposta foi rejeitada porque não condenou o Hamas. “Esse Conselho e toda a comunidade internacional tem responsabilidade de ajudar a lidar com essa crise humanitária, condenando o Hamas de forma inequívoca e reafirmando o direito de autodefesa, de acordo com a Carta Magna da ONU. Infelizmente, a resolução da Rússia não atende todas essas responsabilidades”, disse.
Segundo ela, ao não mencionar o Hamas em qualquer momento, a Rússia dá cobertura ao grupo islâmico, “ignora o terrorismo do Hamas e desonra suas vítimas”.
O representante da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, lamentou a rejeição da proposta. “É uma pena que o Conselho mais uma vez esteja refém das intenções do bloco Ocidental. Esse é o único motivo para não ter sido enviado um recado coletivo com relação a redução de danos”, disse.
No início da noite, a reunião na ONU chegou a ser suspensa a pedido da representante dos Emirados Árabes, que solicitou a realização de “consultas estreitas sobre as votações”. Ao longo do dia, a representação brasileira no conselho tentou costurar um texto que atendesse os membros permanentes. O diálogo deve continuar durante esta terça-feira, até a apresentação de sua proposta.