Nesta terça-feira (10), o exército israelense intensificou bombardeios na Faixa de Gaza, em mais um dia de contraofensiva após a invasão do grupo terrorista Hamas em Israel no último sábado (7). Os extremistas mataram e sequestraram civis e militares israelenses. Ao fim do quarto dia de conflitos, a guerra entre Israel e Hamas fez mais de 1,9 mil mortos.
Israel informou ter sido alvo de disparos de foguetes vindos do território sírio, ao norte de Israel. O Hamas reivindicou a autoria por esses bombardeios na Síria. Disse que integrantes do grupo extremista estão na Síria. Forças de Israel afirmaram que os bombardeios atingiram áreas abertas em Israel. O exército respondeu com artilharia em direção a áreas na Síeia.
Tiros e bombardeios também foram disparados do sul do Líbano – estes, segundo o Hamas, feitos pelo braço dos terroristas chamado Brigadas Al Qassam. Atingiram a região da Galileia, oeste de Israel. Autoridades israelenses disseram que os ataques não deixaram vítimas e que também lançaram artilharia contra o sul do Líbano, onde estariam os extremistas.
Israel disse ter encontrado 1,5 mil corpos de integrantes do Hamas dentro do território do país, segundo um porta-voz das forças militares israelenses, neste quarto dia de conflito no Oriente Médio. O número não incluiu os mais de 1,8 mil mortos já confirmados no balanço oficial.
A ONU estima que ataques à faixa de Gaza já atingiram 5.300 prédios. De acordo com reportagem do UOL, com informações da ONU, a contraofensiva israelense deixou quase 200 mil palestinos desabrigados e 610 mil sem água potável. Israel cercou o território palestino, bloqueou acesso e transporte de mantimentos, de água e teria cortado a energia.
Ainda de acordo com o governo israelense, nenhuma invasão foi registrada na segunda-feira (9). Com o objetivo de evitar novas incursões, minas foram instaladas na região de barreira violada pelo grupo islâmico no sábado.
Nesta terça, o Ministério de Defesa de Israel anunciou um ataque em larga escala contra alvos ligados ao Hamas, na Faixa de Gaza. Ao todo, segundo os militares, mais de 200 locais ligados ao grupo terrorista foram bombardeados.
Segundo a última atualização do governo israelense, o número de mortos em Israel subiu para 1.000. Assim, com o novo balanço, o número total de mortos no conflito no Oriente Médio subiu para 1.770.
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Imagens de violência tomam conta do X, ex-Twitter, em meio ao conflito em Israel
Publicações com imagens e vídeos de violência explícita inundaram o X, ex-Twitter, depois que o grupo terrorista Hamas iniciou ataques a bomba em Israel no sábado, 7. Os conteúdos mostravam corpos de civis israelenses e palestinos que foram feridos nos ataques e viralizaram sem que a rede social derrubasse ou moderasse as publicações sensíveis.
Um desses vídeos, que mostrava o sequestro de soldados israelenses, por exemplo, foi visto centenas de milhares de vezes na manhã de sábado. O jornal americano The New York Times encontrou centenas de contas no X que compartilhavam imagens de cadáveres, alegando serem de civis israelenses mortos nas primeiras horas do conflito.
O Estadão também encontrou vídeos de sequestros de civis israelenses pelo Hamas. Uma das publicações mostra uma mulher com ferimentos nos braços e pernas sendo colocada com violência em um carro com terroristas.
As imagens contribuíram para alimentar e espalhar desinformação pela plataforma. Abaixo de alguns dos vídeos e imagens postados no X, as pessoas advertiram que eles poderiam ser espalhados como parte de uma campanha para alimentar o medo entre os israelenses. Algumas das contas alegavam estar trabalhando em nome do Hamas.
A violência que circula na rede levou israelenses a espalhar um alerta pelo WhatsApp, recomendando que amigos e familiares não abrissem o X para não ver publicações sobre o conflito – o app frequentemente reproduz vídeos automaticamente sem aviso. “Não olhe, você pode ver alguém que você conhece”, escreveu uma pessoa em um grupo do WhatsApp dedicado a um bairro do sul de Tel Aviv, capital de Israel.
Posicionamento
O X publicou nesta segunda-feira 9, novas diretrizes para o compartilhamento de conteúdo que envolvem o conflito em Israel. De acordo com a empresa, houve um aumento na atividade da rede social por usuários que estão nas áreas do ataque, além de um crescimento nas publicações sobre o assunto.
“Nossas equipes de escalonamento tomaram medidas contra dezenas de milhares de publicações por compartilharem mídia gráfica, discurso violento e conduta odiosa. Também continuamos a monitorar proativamente o discurso antissemita como parte de todos os nossos esforços. Além disso, tomamos medidas para remover centenas de contas que tentavam manipular tópicos de tendências”, aponta a companhia.
A rede social também disse, em uma publicação, que apesar de alguns conteúdos serem “incrivelmente difíceis de se ver”, existe interesse público do assunto em entender o que está acontecendo em tempo real. Ainda assim, o X afirmou que está tomando medidas para remover contas ligadas ao Hamas.
Histórico
Há um longo histórico de desinformação sendo compartilhada entre grupos israelenses e palestinos, com falsas alegações e teorias da conspiração surgindo durante momentos de maior violência na região. Desde que Elon Musk assumiu a plataforma há um ano, muitas equipes de moderação de conteúdo que antes removiam imagens violentas da plataforma foram demitidas, causando um esvaziamento na área.
O X não respondeu a um pedido de comentário sobre se estava trabalhando para remover as imagens.
Inditex, que controla a Zara, fecha temporariamente suas 84 lojas em Israel
A companhia espanhola Inditex, que controla uma série de franquias incluindo a Zara, fechou temporariamente suas 84 lojas em Israel devido aos conflitos iniciados no último sábado no país. O aviso sobre as condições da varejista consta nas páginas israelenses das franquias.
Além da informação sobre as unidades físicas, a empresa avisou que os prazos para a devolução de peças serão ampliados.
Em outubro de 2022, palestinos organizaram um boicote contra a empresa depois que o franqueado de suas lojas israelenses recebeu o parlamentar Itamar Ben-Gvir, visto como abertamente anti-Palestina, em sua casa.
Na ocasião, houve manifestações e até queima de peças de roupa da Zara em público.
No caso da concorrente sueca H&M, também há relatos sobre o fechamento de lojas. No entanto, neste momento, o site oficial da empresa em Israel apenas alerta sobre possíveis atrasos nas entregas de produtos.
Irã nega envolvimento nos ataques do Hamas
Segundo fontes anônimas do Hamas e do movimento guerrilheiro libanês Hezbollah informaram ao The Wall Street Journal, o Irã deu sinal verde para o ataque há uma semana.
No entanto, o líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, negou nesta terça-feira as acusações sobre a participação do país na guerra entre Israel e Hamas, mas afirmou que o Irã continuará apoiando os palestinos.
Khamenei disse ainda que o conflito no Oriente Médio ocorreu devido aos erros cometidos por Israel contra os palestinos.
Guerra em Israel: Itamaraty aguarda autorização para retirar brasileiros de Gaza
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou nesta terça que aguarda autorização do Egito para realizar a repatriação de 26 brasileiros que estão na Faixa de Gaza.
Ainda, o Itamaraty também confirmou a morte de Ranani Nidejelski Glazer, brasileiro de 24 anos que estava desaparecido em Israel após o ataque do grupo islâmico. Glazer morava há sete anos no país e tinha cidadania israelense.
Glazer estava na festa rave que foi um dos primeiros alvos dos terroristas que entraram por terra, no distrito sul de Israel, a menos de 20 quilômetros da Faixa de Gaza. Ao todo, 260 pessoas morreram na rave.
Na mesma festa, estava a carioca Bruna Valeanu, de 24 anos, cuja morte foi confirmada no fim da manhã desta terça-feira (10). A brasileira vivia em Israel havia oito anos, onde estudava comunicação e marketing. A outra brasileira que estava na rave, Karla Stelzer Mendes, de 41 anos, continua desaparecida.
Conflito no Oriente Médio: governo brasileiro pretende retirar 900 brasileiros de Israel até sábado
O governo brasileiro estima retirar 900 brasileiros que estão em Israel e na Palestina de terça-feira (10) até sábado (14), segundo o comandante da Aeronáutica, Marcelo Damasceno.
De acordo com o Itamaraty, a prioridade é a repatriação de quem mora no Brasil ou não tem passagem aérea de volta. Até o momento, 2,3 mil brasileiros manifestaram interesse em retornar ao Brasil, em razão do conflito entre Israel e o Hamas iniciado no fim de semana.
Foram reservadas seis aeronaves para a retirada dos brasileiros. O segundo avião da Força Aérea Brasileira (FAB) deixou a Base Aérea de Brasília na segunda-feira (9). O KC-30 decolou no final da tarde de ontem rumo à cidade de Roma, na Itália. De lá, ele seguirá para Tel Aviv.
O primeiro, um Airbus A330-200 convertido em um KC-30 com capacidade para 230 passageiros, pousou em Tel Aviv, capital de Israel, nesta terça-feira (10).
Em sua página na rede social X (ex-Twitter), o Itamaraty informou que os brasileiros que estavam em Jerusalém e Tel Aviv foram deslocados em ônibus para o aeroporto Ben-Gurion, o principal de Israel.
Com informações de Agência Brasil e Estadão Conteúdo
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