O Banco Central de Israel informou, em comunicado divulgado nesta segunda-feira (9), que venderá até US$ 30 bilhões em divisas para moderar a volatilidade da moeda do país, o shekel israelense, após o início do conflito com o grupo Hamas, na Faixa de Gaza.
No início do pregão desta segunda, o shekel caiu para uma mínima de quase oito anos em relação ao dólar americano. O BC israelense acrescentou ainda que também forneceria liquidez adicional de até US$ 15 bilhões, para “a continuação do bom funcionamento dos mercados”.
Guerra em Israel: como o mercado deve reagir nesta segunda-feira?
As incertezas em torno da abrangência e da duração do conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas devem levar a uma onda de aversão ao risco “fortíssima” nos mercados financeiros globais nesta segunda-feira (9), afirma o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho.
Nesta segunda-feira, é feriado de Columbus Day nos Estados Unidos, mas apenas o mercado de Treasuries estará fechado.
Com a guerra em Israel, Segundo Velho, a perspectiva é de corrida ao dólar e fuga da renda variável tanto no exterior como no Brasil. Por aqui, as taxas de juros curtas devem subir na esteira do avanço das cotações internacionais do petróleo e da depreciação do real, que pressionam a inflação no curto prazo. Ao longo da semana, contudo, o chamado movimento de “fuga para a qualidade” pode promover arrefecimento das taxas dos Treasuries e, por tabela, queda dos juros futuros longos no Brasil.
“Em movimento típico de aversão ao risco por problema financeiro ou macroeconômico, dólar sobe, enquanto bolsas e commodities caem. Mas como essa guerra pode mexer com países exportadores de petróleo, como Irã, deve haver uma alta forte das cotações da commodity”, diz Velho, ressaltando que, caso se confirme a informação de que Irã teria financiado ações do Hamas, pode haver novas sanções ao país dos aiatolás.
Para Velho, os mercados devem ter no radar que a resposta de Israel aos ataques do Hamas será forte e duradoura, incluindo uma invasão terrestre. As dúvidas pairam sobre eventual reação do Irã ao esforço de guerra israelense, o que pode levar a uma escalada das tensões geopolíticas e aumentar as incertezas sobre o desempenho da economia mundial.
Diante da eclosão do conflito no Oriente Médio, o economista observa que os indicadores que serão divulgados ao longo da semana perdem um pouco de sua relevância na formação de preços, caso do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro e a ata do mais recente encontro de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), ambos na quarta-feira (11), além do índice de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) em setembro nos EUA, na quinta-feira (12).
“Agora as autoridades monetárias vão ter que lidar com um novo contexto, levando em conta aspectos que não estavam na mesa antes do início do conflito entre Israel e o Hamas“, diz Velho.
Com informações de Estadão Conteúdo
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