O governo de Israel enviará equipamentos técnicos para auxiliar nas operações de resgate em Brumadinho (MG).
Neste sábado (26), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ofereceu ajuda ao presidente Jair Bolsonaro. Um avião com uma equipe de resgate israelense deverá chegar ao Brasil até domingo. Os técnicos israelenses deverão atuar na área atingida pela lama que saiu da barragem da Vale em Brumadinho.
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Cerca de 70 ou 80 pessoas farão parte da equipe de resgate, trazendo equipamentos especiais. Serão enviados sonares e detectores de vozes e ecos, utilizados na localização de pessoas em situações como a verificada em Brumadinho. Além disso, Israel também vai mandar dois ou três especialistas para inspecionar outras barragens. Esses técnicos deverão avaliar riscos e eventualmente indicar a necessidade de evacuar outras comunidades próximas de atividades de mineração.
“Infelizmente, temos experiência (de resgatar pessoas soterradas) devido a atentados que derrubam casas”, explicou o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelly. O diplomata salientou como essa ajuda foi um pedido do presidente Bolsonaro.
Bolsonaro aceitou ajuda de Israel
O mandatário havia anunciado na tarde de sábado que Israel tinha disponibilizado equipamentos técnicos para as buscas pelas vítimas. Segundo Bolsonaro, esses instrumentos teriam tecnologia capaz de localizar pessoas ainda enterradas. Bolsonaro e Netanyahu se falaram por telefone, horas depois do presidente brasileiro ter sobrevoado a região atingida pela tragédia.
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“Foi oferecido e aceitamos, por parte do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ajuda na busca de desaparecidos”, informou o presidente em nota divulgada a imprensa. Bolsonaro explicou que verificou pessoalmente a extensão causada pelo rompimento da barragem e expressou “tristeza, principalmente pela perda lamentável de vidas humanas”.
Acompanhado de ministros, o presidente comandou uma reunião em Belo Horizonte. A reunião ocorreu no Aeroporto de Confins. Entre os presentes estavam o governador do estado, Romeu Zema, e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Bolsonaro colocou recursos do governo federal à disposição do Estado para enfrentar a emergência.
Tragédia chega a 34 mortos
Pelo menos 34 pessoas morreram atingidas pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. A informação sobre as vítimas foi divulgada pelo governo de Minas Gerais. Pelo menos 252 pessoas estão desaparecidas.
A barragem era da mina Córrego do Feijão, localizada na região metropolitana de Belo Horizonte. O acidente gerou uma avalanche de lama, que destruiu parte do centro administrativo da empresa em Brumadinho, e arrastou casas e até uma ponte ferroviária.
O Instituto Inhotim, um dos maiores centros de arte ao ar livre da América Latina, foi esvaziado por medida de segurança. Por causa do rompimento da barragem de Brumadinho, o instituto não abriu sábado (26) e não abrirá nem domingo (27). A barragem rompida faz parte do complexo de Paraopeba. A mina é responsável por 7,3 milhões de toneladas de minério de ferro do terceiro trimestre de 2018. O volume corresponde a 6,2% da produção total de minério de ferro da Vale.
Esse é o segundo desastre com barragem em que a Vale se envolve em três anos. Em 2015 ocorreu a tragédia de Mariana, com o rompimento da barragem da Samarco. Naquele desastre morreram 19 pessoas e a lama destruiu centenas de casas e construções. A Samarco é controlada pela Vale e pela mineradora anglo-australiana BHP Billiton, cada uma com 50% das ações. As duas empresas se tornaram alvo de ações na Justiça por conta do desastre. As pessoas afetadas ainda esperam por reparação.