O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, divulgou na noite de ontem (27) um pacote de ajustes fiscais. Durante o pronunciamento em rede nacional, o ministro anunciou ainda isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, que está no centro das discussões do mercado financeiro nesta manhã.
A proposta de isenção do IR, prevista para entrar em vigor somente em 2026, ainda deve ser aprovada pelo Congresso. Além do projeto tributário, o ministro anunciou medidas de corte de gastos que visam uma economia de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos.
No pregão de ontem, enquanto o mercado aguardava pelo pronunciamento, o Ibovespa despencou mais de 1,7% – variação negativa que se estendeu para a sessão de hoje. Além disso, o dólar comercial também está operando em alta e se aproximando da casa dos R$ 6, maior patamar da história, em meio às preocupações com o cenário fiscal.
“O dólar bate R$ 6,00 na manhã de hoje após a fala do ministro Fernando Haddad. O mercado não viu na fala do ministro nada substancial na apresentação. Contudo, o maior problema foi, na minha percepção, misturar as medidas de corte com a isenção do IR até R$ 5 mil. Isso tem gerado mais ruído que o necessário”, comenta o economista André Perfeito.
Como vai funcionar a isenção do Imposto de Renda?
Atualmente, todas as pessoas que ganham até R$ 2.259,20 mensais são isentas da tributação de IR. A partir deste montante até R$ 2.826,65, a porcentagem cobrada é de 7,5%.
Com a tabela progressiva, aqueles que recebem entre R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05, pagam uma alíquota de 15%. Em seguida, os que ganham de R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68, passam para 22,5%. Já quem recebe acima de R$ 4.664,68, possui uma tributação de 27,5%.
Com a proposta apresentada por Haddad no pronunciamento, todos aqueles que recebem até R$ 5 mil devem ser isentos da tributação.
Para compensar os impactos fiscais da medida, a equipe econômica prevê ampliar a tributação das pessoas que possuem uma renda mensal superior a R$ 50 mil.
“A nova medida não trará impacto fiscal, ou seja, não aumentará os gastos do governo. Porque quem tem renda superior a R$ 50 mil por mês pagará um pouco mais”, comentou Haddad sobre a isenção do Imposto de Renda.