A ida de empresas de tecnologia à Bolsa de Valores de São Paulo (B3), fenômeno que vem ocorrendo no Brasil em meio a uma época de juros baixos, deve fomentar uma segunda geração de empresa de tecnologia que, mesmo que quase embrionárias, veem no setor um ponto de mudança da forma como os negócios são feitos no País. Uma delas é a Isa, um produto da startup N3urons, formada no Porto Digital, no Recife, e que utiliza big data e inteligência artificial para auxiliar vendedores no varejo, indústria e distribuição e já mira uma presença internacional.
Para André Oliveira, diretor-presidente (CEO) e co-fundador da empresa, a Isa auxilia o vendedor a enxergar dados para melhorar o desempenho dos vendedores por meio de algoritmos que fazem leituras de dados aliadas a gamificação, tecnologia de geolocalização e big data.
“Imagina que você vai contratar um personal trainer para te ajudar. Você vai falar o seu objetivo. A Isa é basicamente uma personal trainer de vendas, que direciona o vendedor para poder atingir os seus KPIs determinados”, disse.
Vindo do mercado, com passagens pela Totvs, Oliveira viu uma oportunidade no mercado para desenvolver um software que justamente auxiliasse vendedores espalhados pelo Brasil a terem um desempenho de alta performance.
Assim, a Isa consegue ler dados de clientes do varejo, informando os vendedores quais os melhores clientes de uma determinada região, quais oportunidades existem e quem está comprando mais.
“Em uma cidade X, se começar a vender um produto fora do normal, o algoritmo da Isa detecta isso e já replica com os vendedores que esse produto está vendendo acima da média e que os clientes tem potencial para comprar, mas não estão comprando”, explica o CEO.
“Assim, uma grande indústria ou o varejo tem um time de vendedor que atua no brasil inteiro. Como a ISA funciona? Integramos com CRM ou ERP e a parte de algoritmo é nossa, entregando tudo o que comentamos que o vendedor irá precisar para vender mais”, afirmou.
Receita e aporte devem ajudar Isa
Com pouco mais de dois anos de vida, a Isa possui cerca de 14 clientes de verticais diferentes de operação, como o setor automotivo, alimentos, medicamentos e cosméticos, por exemplo. Os dez funcionários, divididos entre o Recife e São Paulo, dentro do Inovabra, o centro de inovação do Bradesco, se juntam a outros dois fundadores no dia a dia da operação.
A receita vem de três verticais. Segundo o CEO da companhia, já há duas verticais, do modelo B2B, pago uma mensalidade a depender do número de vendedores cadastrados, e outra forma não recorrente de utilização de ERP.
Uma terceira fonte de receita, porém, já está nos planos. “A terceira ainda não atuamos, mas temos estrutura, que é uma parceria de distribuição. E o que é? Toda a estrutura é construída em micro serviços em nuvem e ela já está pronta para oferecer para plugar apps de mercado que queiram consumir os ativos de serviços”, disse Oliveira.
Ao contrário da maioria das startups brasileiras, a Isa mira, em breve, uma internacionalização. Por isso, foi buscar uma parceria com a Rosenberg Partners para um aporte futuro de Venture Capital.
“Dentro do nosso planejamento, 2021 vai para crescimento no mercado nacional, como, no mínimo, 7.500 usuários de forma ativa em 150 empresas. Porém, se olharmos para o horizonte, para 2022 consolidarmos nossa atuação internacional na Europa e América Latina. Todas essas oportunidades já estão mapeadas e, com um mundo mais estável, executamos o plano”, disse o CEO da Isa.