Desde o início de março, as cotas do fundo imobiliário IRDM11 apresentaram desvalorização superior a 12%. Os gestores do FII foram questionados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e se manifestaram sobre o tema nesta quarta (29).
“A administradora esclarece que não tem conhecimento de ato ou fato relevante que possa justificar a variação do valor da cota do fundo, o aumento do número de negócios realizados e/ou da quantidade negociada no mercado secundário de bolsa da B3 – Brasil, Bolsa e Balcão e que não tenha sido tempestivamente divulgado aos cotistas e ao mercado”, escreveram os administradores do fundo imobiliário.
IRDM11: queda
No dia 1º de março, as cotas do IRDM11 estavam sendo negociadas na B3 por R$ 90. Por volta das 16h desta quarta, o fundo era operado por R$ 78,92.
Desde a última sexta (24), o FII vem apresentando uma queda acentuada e, até às 16h de hoje, o recuo já chegava em 7,46%. Confira o gráfico com as cotas do IRDM11 nos últimos 30 dias:
Cotação IRDM11
Fundos imobiliários e juros altos: Como isso impacta?
Com a manutenção da taxa Selic em 13,75%, o setor dos fundos imobiliários é um dos principais impactados. “Os juros impactam no preço das cotas uma vez que ele altera o nível de retorno esperado versus o risco”, explica Daniel Viana, diretor de investimentos imobiliários da Inter Asset, ao Suno Notícias.
Ou seja, quando os juros estão altos, as cotas dos FIIs são desvalorizadas e ficam “baratas”. Quando os juros diminuírem, a tendência é que as cotas se valorizem e fiquem “caras”.
Acredito que os fundos imobiliários vão continuar sofrendo enquanto o cenário seguir instável e sem perspectiva de quando os juros cairão. No momento em que tivermos a formação de uma expectativa de que chegamos no pico [de juros] e imaginarmos quando começará a queda, aí eles começam a andar, e andam rápido!
Enquanto o IRDM11 recuou 12% desde o início do mês, o IFIX amarga uma desvalorização de 2,32%, de acordo com os dados do Status Invest.