Em relatório divulgado ao mercado nesta quarta-feira (21), o Santander elevou o preço-alvo do IRB (IRBR3), de R$ 24,00 para R$ 43,00, mantendo sua recomendação neutra. Segundo o banco, as novas estimativas incorporam uma melhor taxa de sinistralidade e o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido).
“O IRB relatou uma sólida melhora de 16 ppts em relação ao ano anterior na sinistralidade
no 1T23, levantando a questão se a sinistralidade finalmente atingiu um ponto de inflexão. Acreditamos, por enquanto, que sim — embora vejamos riscos vindos de um potencial evento El Niño — e, portanto, estimamos que a sinistralidade atinja 77% e 76% até 2023 e 2024, respectivamente”, projetam analistas do banco.
Outro ponto destacado pelo Santander é o aumento das estimativas de ROE do IRB (retorno sobre o patrimônio líquido) sustentável, de 9% para 13%. Também é esperado um lucro líquido de R$ 142 milhões em 2023 do IRB.
Alerta sobre os efeitos do El Niño
De acordo o Santander, a grande preocupação no momento são as possíveis consequências dos efeitos climáticos do El Niño, que gera mudanças significativas na distribuição da temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico, alterando o clima de regiões na zona tropical. O evento tem 93% de probabilidade de ocorrer em 2023/2024.
“O IRB tem lutado com reivindicações altas durante eventos climáticos anteriores (por exemplo, em 2021/2022), apesar de aumentar sua taxa de retrocessão durante esses períodos. Embora reconheçamos que o IRB reavaliou a maioria de seus prêmios recentemente, provavelmente incorporando riscos de novos eventos climáticos, bem como sua exposição, ainda vemos riscos para os resultados da empresa.”
Os analistas do Santander também veem a probabilidade de um novo evento El Niño aumentar a sinistralidade novamente.
Outros riscos no investimento
O Santander também pontua que os riscos para sua tese sobre o IRB incluem:
- Crescimento dos prêmios demorando mais do que o esperado para se recuperar
- Sinistros altos no segmento rural com duração maior do que esperado
- Persistência de problemas de solvência, mesmo após o aumento de capital.
IRB: lucro líquido teve queda anual de 89,4% no 1T23
No 1º trimestre de 2023 (1T23), o IRB Brasil apresentou um lucro líquido de R$ 8,551 milhões, baixa de 89,4% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o lucro da empresa fora de R$ 80,5 milhões.
Além disso, neste trimestre, houve reversão do resultado de underwriting no Brasil, que chegou a ser negativo em R$ 113 milhões no 1T22, e agora é positivo em R$ 15,8 milhões.
Essa movimentação de reversão foi no sentido contrário no exterior, com o resultado de subscrição tendo perda de R$ 12,1 milhões no primeiro trimestre deste ano, frente a um resultado positivo de R$ 16,5 milhões no período de igual etapa em 2022.
O prêmio emitido no Brasil somou cerca de R$ 1,006 bilhão no primeiro trimestre de 2023, com recuo de 19% na comparação com o mesmo período de 2022, sobretudo pela queda em patrimonial e rural, em meio ao direcionamento estratégico da empresa, com percentual inferior de participação nas cedentes.
O prêmio emitido no exterior foi de R$ 576,9 milhões no 1T23, com baixa de 25% na comparação com o 1T22. Segundo o IRB Brasil, essa queda está em linha com sua estratégia amplamente anunciada de re-underwriting.
IRB lucra R$ 6,1 milhões em abril
O IRB registrou um lucro líquido de R$ 6,1 milhões em abril, segundo a planilha de dados financeiros mensais divulgado pela companhia e enviada à Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Com isso, a empresa acumulou um saldo positivo de R$ 14,6 milhões nos primeiros quatro meses de 2023. No mesmo período no ano passado, o prejuízo foi de R$ 12,2 milhões. A soma de prêmios emitidos foi de R$ 412,4 milhões em abril, acumulando no ano quase R$ 2 bilhões.
Cotação
Cotação IRBR3
Hoje, as ações da IRB subiram 5.68%, cotadas em R$ 40,58
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