IRB (IRBR3) reduz prejuízo em 42,4% no 4T21, mas sinistralidade pressiona
O IRB Brasil (IRBR3) teve um prejuízo contábil de R$ 370,9 milhões no quarto trimestre de 2021. Esse valor representa uma redução de 42,4% na comparação com o prejuízo reportado no mesmo período em 2020, no valor de R$ 683 milhões. Após a divulgação do resultado, a ação do IRB despencava 5,06% na manhã desta sexta-feira (25), por volta das 11h20, negociada a R$ 3,00.
De acordo com o IRB, o resultado foi impactado negativamente pela maior frequência de sinistros, que foi 53,7% superior a do ano anterior.
“Grande parte do prejuízo pôde ser explicado pela continuidade da alta sinistralidade de contratos descontinuados e de seguros rurais. O índice de sinistralidade no 4T21 foi de 123,5%. Prêmio emitido também teve um fraco desempenho, basicamente sem crescimento ano a ano”, informou o relatório da Genial Investimentos.
No acumulado do ano, o prejuízo do IRB foi 682,7 milhões em 2021, ante o resultado negativo de R$ 1,4 bilhão. A administração do IRB esperava que o ano passado fosse o fim do período de pandemia, com a retomada da economia e investimentos.
“Entretanto, enfrentamos um cenário mais adverso do que o planejado, com a pandemia ainda afetando os negócios e, internamente, com sinistros de contratos subscritos antes da mudança da administração em 2020 afetando fortemente os resultados”, aponta a empresa.
O volume total de prêmios emitidos do IRB no quarto trimestre de 2021 totalizou R$ 2 bilhões, queda de 0,9% na comparação com o mesmo período no ano anterior. No Brasil o resultado ficou em 1,2 bilhão e no exterior R$ 811,8 milhões.
Já em 2021, os prêmios emitidos ficaram em R$ 8,7 bilhões, ante R$ 9,5 bilhões em 2020. No Brasil o valor ficou em R$ 5,3 bilhões e no exterior R$ 3,4 bilhões. Para se ter uma base de comparação em 2020 o volume total foi de R$ 9,5 bilhões.
Em 2021, o sinistro retido total foi de R$ 5,9 bilhões, crescimento de 3% em relação ao ano anterior. O índice de sinistralidade caiu em comparação a 2020, situando-se em 101,5%.
“Apesar de ainda observarmos impactos negativos de contratos de underwriting years anteriores a 2020 e de contratos descontinuados, há uma redução de cerca de 50% do prejuízo acumulado se comparado ao ano anterior. O volume de sinistros reportados reduziu em cerca de 15%.”
Em 2021, o caixa gerado pelas operações do IRB totalizou R$368 milhões, mas no quarto trimestre de 2021, a companhia apresentou um consumo de caixa operacional de R$ 1,2 bilhão, principalmente pelo pagamento de sinistros e repasse de prêmios por cessão de riscos.
Para a Genial, o resultado foi fraco e a casa de análise permanece reticente com a ação, em função de:
- incerteza em relação ao retorno sobre patrimônio (ROE) de longo prazo
- continuidade de impactos de contratos descontinuados ao longo de 2022 e 2023
- consumo de capital com prejuízos incessantes e necessidades de novos aportes;
- pressão na sinistralidade do resseguro rural em função da alta quantidade de avisos de sinistros no final de 2021 e provavelmente se estendendo para 2022
Com isso, a recomendação da Genial é de venda com preço-alvo de R$ 2,80 por ação.
Por sua vez, o BB Investimentos manteve a recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 5,00.
“Apesar do resultado negativo do trimestre, não realizamos nenhum ajuste em nossas premissas para a companhia. Desta forma, mantemos o nosso preço-alvo em para o final de 2022, o que representa um potencial de valorização de 58,2% em relação ao preço atual. Apesar do elevado potencial de valorização, mantemos a nossa recomendação neutra, dado o cenário de incerteza e de volatilidade nos resultados apresentados pela companhia, e até que observemos entregas de resultados apontando para uma trajetória positiva e consistente no longo prazo.”
Última cotação do IRB
Na última sessão, quinta-feira (24), o IRB encerrou o pregão em queda de 0,32%, negociado a R$ 3,16.