O IRB Brasil (IRBR3) pode anunciar, na próxima segunda-feira (15), uma emissão de ações para tentar não ser desenquadrado do mercado de capitais pelos órgãos reguladores. Fontes internas disseram ao Brazil Journal que a capitalização deve ficar entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão, com o preço de cada ação fixado em R$ 1.
As ações do IRB fecharam esta sexta-feira (12) cotadas a R$ 2,31, acumulando leve alta de 0,43%. “O preço de tela hoje do IRB Brasil está totalmente errado”, disse uma fonte ao portal. “Se sair com um desconto só de uns 30%, não vai ter demanda”.
A companhia tem sofrido há três trimestres com a insuficiência no seu índice de liquidez, que caiu de 143% para 106% em março deste ano.
Se a tendência de queda se mantiver no relatório do primeiro semestre – o balanço do 2T22 deve ser divulgado na próxima segunda -, a empresa corre o risco de ter seu índice abaixo de 100%, mínimo exigido para as empresas de capital aberto.
Essa não é a primeira vez, no entanto, que o IRB se vê neste cenário. Em 2020, a empresa passou pela mesma situação e também decidiu aumentar seu capital, com a ajuda de bancos acionistas Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4). O mercado espera que essas instituições deem mais uma vez suporte à operação e, posteriormente, decidam por fechar o capital da companhia.
A espera pelo relatório do IRB fez, na última quarta-feira (10), suas ações saltarem quase 9%, liderando entre as altas do dia. Atualmente, o IRB tem 267 mil investidores pessoas físicas. O IRB, lembra o Brazil Journal, dispõe hoje de 267 mil pessoas físicas como acionistas.
IRB registrou prejuízo de R$ 273 mi em maio e continua ciclo de baixas
O IRB comunicou ter registrado um prejuízo de R$ 273,1 milhões em maio, comparado ao lucro de R$ 7,5 milhões no mesmo período de 2021.
Os resultados, divulgados ontem em nota, se somam a uma série de percalços experimentados pela empresa ao longo de 2022. Só nos cinco primeiros meses deste ano, a companhia já acumula um prejuízo líquido de R$ 285,3 milhões. No mesmo intervalo do ano anterior, a performance da empresa foi bem diferente — com seu lucro líquido chegando a atingir os R$ 9,4 milhões.
Segundo a IRB, o prêmio emitido em maio de 2022 caiu 3,7% em relação a maio do ano anterior, totalizando R$ 564,2 milhões. No mercado doméstico, o prêmio teve um aumento de 8,4%, mas no exterior teve uma queda radical de 27,4%, atingindo os R$ 143,6 milhões.
Já entre janeiro e maio de 2022, o prêmio emitido foi de R$ 3,122 bilhões, com recuo de 5,5%, tendo um crescimento de 11,2% no Brasil e uma redução de 25% mundo fora.
“A redução no exterior está em linha com a estratégia de foco no mercado doméstico, amplamente divulgada pela Companhia,” disse a IRB no comunicado.
Por sua vez, a despesa de sinistro da empresa em maio ficou em R$ 631,3 milhões e seu índice de sinistralidade passou de 73,2% para 131,3% em um ano — com impacto maior do setor agro.
As despesas com sinistro da IRB cresceram então 7,9% no acumulado do ano, em relação ao mesmo período de 2021, para R$ 2,04 bilhões. E o índice de sinistralidade acabou subindo de 75,1% para 97,5% no mesmo período comparado.