IRB (IRBR3) pagará dividendos em 2025? Veja o que o mercado espera
Após a divulgação dos resultados do 4T23 considerados positivos, o CEO do IRB (IRBR3), Marcos Falcão, disse em teleconferência que a empresa pode voltar a pagar dividendos em 2025. A declaração pode estar condicionada, segundo o executivo, ao fim do período de prejuízos da companhia em 2024, o que tem animado o mercado e ajuda a elevar a ação da companhia em mais de 9% no mês.
Vale lembrar que o IRB apresentou uma virada em seu 4T23, revertendo prejuízos na base anual e trimestral para lucro em 2023. No quarto trimestre de 2023, o lucro líquido do IRB foi de R$ 37,9 milhões, revertendo prejuízo líquido de R$ 38,8 milhões apurado no mesmo período do ano anterior. Já no acumulado do ano, o IRB teve um lucro líquido de R$ 114,2 milhões, ante prejuízo de R$ 630,3 milhões registrados no mesmo período de 2022.
“Ao observar esses resultados do IRB, é possível ver a melhora de cenário para companhia. Porém, ainda é preciso ser reticente quanto ao pagamento de dividendos no curto prazo, até porque era uma empresa que o mercado observava com desconfiança em relação a sua solvência – desconfiança cada vez mais distante até mesmo para o sellside, apesar de ainda inspirar atenção”, explica Fábio Lemos, sócio da Fatorial Investimentos.
Em relatório após a divulgação dos resultados do 4T23 do IRB, analistas da Genial Investimentos pontuaram que apesar do lucro da companhia ter ficado abaixo das projeções no período, sugere que o processo de reestruturação pode estar funcionando, o que deve trazer resultados futuros mais positivos.
A corretora estima um lucro de R$ 323 milhões para 2024, um pouco mais fraco que o lucro implícito projetado pelos créditos fiscais, mas espera que os anos seguintes fiquem um pouco acima dos valores implícitos usando a base de crédito tributário. “Assim, vemos que a empresa deve começar a melhorar gradualmente seus resultados e voltar a entregar uma rentabilidade em patamares mais atrativos no longo prazo“, diz a casa.
IRB caminha para o lucro anual?
Para Lemos, não há dúvida sobre a eficácia da reestruturação feita pelo board da companhia sob a liderança de Marcos Falcão desde novembro de 2022, quando assumiu o cargo.
Ele chama a atenção para o resultado positivo de R$ 105,1 milhões em underwriting no 4T23 – que é a avaliação de risco feita antes da aquisição de um seguro ou resseguro -, bem como a queda anual de 38,6 pontos percentuais (p.p) no índice de sinistralidade durante o período, para 55,2%, o que mostra melhor seleção e pulverização de riscos e concentração de negócios no Brasil.
“Após o resultado do quarto trimestre, Daniel Castillo, vice-presidente de subscrição da companhia, fez questão de reforçar o foco na redução de riscos significativos e melhores práticas atuais do mercado europeu para ajudar a reduzir prêmios, ajudando a companhia a trabalhar com preços mais precisos”, aponta o sócio da Fatorial Investimentos.
“A empresa continuará focada em crescer no cenário interno, porém há uma meta de expansão Latam, sempre respeitando os riscos certos para uma melhor precificação e garantia de rentabilidade”, avalia.
Ainda na avaliação de Fábio Lemos, em tese, players domésticos costumam surfar essa melhora do cenário de juros e IPCA que vem sendo desenhado pelo Banco Central (BC), mesmo que, atualmente, enxergue isso sob risco devido ao cenário fiscal interno e de juros nos EUA.
“A companhia apresentou melhoras em seus resultados financeiros, incluindo renda variável, e o CEO tem boas expectativas para o 1T24, com 10% de crescimento em 2024 e retomada de dividendos até 2025. Não será uma linha reta, mas está evoluindo a companhia como um todo na atual gestão”, aponta.
Desempenho das ações do IRB (IRBR3)
No fechamento, as ações de IRB subiram 2,82%, cotadas a R$ 40,77. No mês, os papéis sobem 9,03%, mas, no acumulado do ano, caem 8,05%.
Cotação IRBR3