O IRB Brasil Resseguros (IRBR3) informou que a gestora BlackRock vendeu ações ordinárias da companhia, passando a deter 2,84% do total de ações do IRB Brasil RE.
Segundo comunicado ao mercado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a participação da BlackRock passou a ser de 36.111.639 ações ordinárias.
No site de Relações com Investidores do IRB, consta que 99% das suas ações estão em circulação no mercado, sendo que dois acionistas têm participação acionária relevante. São eles o Bradesco Seguros (15,8%) e o Itaú Seguros (11,5%).
As ações do IRB acumulam queda anual de quase 80%, em meio a turbulências vividas pela companhia neste ano.
A combinação que levou à queda das ações do IRB foi dura: uma indicação de venda das ações por uma gestora, problemas com a CVM e renúncia de um executivo importante, além de o desmentido da empresa de Warren Buffett sobre investimentos na empresa.
No momento, a empresa tenta dar a volta por cima, melhorando a sua imagem. Em entrevistas divulgadas recentemente pela companhia, o CEO do IRB, Antônio Cássio dos Santos, declarou que o passado da empresa está ficando para trás, enquanto a companhia se esforça para melhorar a governança e a transparência.
IRB prometeu melhora no quarto trimestre
O CEO prometeu resultados melhores para o quarto trimestre, depois de um prejuízo líquido de de R$ 229 milhões no terceiro trimestre. “Se houver prejuízo, será em escala muito menor. A gente espera um quarto trimestre mais próximo da normalidade do que é o novo IRB”, declarou.
Além disso, ele destacou que o investidor do mercado de seguros e resseguros deve manter o foco no longo prazo. “Se você imagina que vai comprar ação de seguradora ou resseguradora e vai ganhar muito dinheiro no próximo mês, isso é especulação. O investidor típico de uma seguradora investe o dinheiro e espera este resultado como se fosse uma renda vitalícia ao longo do tempo”, afirmou o CEO em vídeo publicado pela empresa.
Apesar das declarações, a companhia ainda desperta dúvidas no mercado. Em relatório divulgado em novembro, o BB Investimentos questionou as perspectivas da empresa, apesar das falas mais favoráveis da companhia sobre o terceiro trimestre.
No documento, intitulado “precisamos falar sobre o IRB”, o banco afirma que a empresa tem em suas perspectivas uma “grande interrogação”.
Segundo o BB Investimentos, os números da empresa ainda são “sofríveis”, contaminados por negócios não rentáveis que devem continuar assolando os resultados da companhia ao longo de vários trimestres. Estes fatores acrescentam volatilidade e pouca previsibilidade aos resultados do IRB como um todo, de acordo com o banco.