O IRB (IRBR3) anunciou hoje que a divulgação dos resultados do 4T22 não vai sair nesta segunda (27). A resseguradora adiou a publicação de seu balanço para o próximo dia 8 de março, após o fechamento do mercado.
O adiamento não foi bem digerido pelo mercado. As ações do IRB fecharam em queda de 8,78%, cotadas a R$ 19,48.
A companhia anunciou que fará a teleconferência sobre os resultados do 4T22 em 9 de março, às 11 horas.
Não foi apenas o balanço do IRB que teve a divulgação adiada. A companhia afirmou em fato relevante:
“O calendário de eventos corporativos foi reapresentado nesta data, incluindo as
mudanças na agenda de Assembleia Geral Ordinária:
- Edital de Convocação e Proposta da Administração em 10 de março de 2023;
- Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária em 11 de abril de 2023.”
Diz ainda a nota do IRB sobre o adiamento do balanço do 4T22: “Ressalte-se que o cálculo do Período de Vedação à Negociação de Ações, correspondente aos 15 dias anteriores à divulgação de demonstrações financeiras, será contado considerando-se a nova data de divulgação indicado acima, ou seja, de 21 de fevereiro até 08 de março de 2023. Durante este período, a Companhia estará impedida de comentar informações referentes aos resultados do 4T22, reiterando seu compromisso de buscar assegurar a equidade na divulgação de suas informações.”
IRB Brasil (IRBR3) vai seguir ‘no vermelho’ no seu próximo resultado?
Com uma retração de 17% no acumulado de 2023 e um grupamento de ações recente, o IRB Brasil (IRBR3) soma uma expectativa relativamente grande para o seu balanço do quarto trimestre de 2022 (4T22), a ser divulgado na segunda-feira (27) após o fechamento de mercado.
No balanço mais recente, o do 3T22, o IRB Brasil mostrou que praticamente dobrou o prejuízo na base anual, para quase R$ 300 milhões.
O consenso Bloomberg de mercado espera que o prejuízo do IRB seja de R$ 38 milhões.
Analistas do BTG Pactual têm uma tese mais pessimista para a resseguradora, estimando um prejuízo de R$ 96 milhões.
No parecer mais recente da casa, do início de fevereiro, os especialistas destacaram que a gestão está se esforçando para tornar a companhia ‘investível’ novamente.
Apesar disso, a recomendação ainda é neutra para IRBR3, com preço-alvo de R$ 27 – ante cerca de R$ 21 atuais.
“Conhecemos o Marcos Falcão, e saímos da reunião impressionados com o que ouvimos. Depois ingressou no quadro da diretoria do IRB em maio de 2020, assumiu a presidência em novembro e, nas últimas 10 semanas passou um pente fino na empresa. Ele está convencido de que o IRB tem uma equipe bem acima da média e está empenhado em melhorar aspectos culturais e objetivos internos”, destacaram os analistas.
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A expectativa da gestão da empresa é de que o ‘turnaround‘ – mudança diametral de desempenho de uma empresa – seja possível, e a empresa está remando nessa direção.
Ainda assim, especialistas do BTG destacam que os movimentos de estrutura de capital da empresa são desafiadores e que a eficiência de custos ainda precisa melhorar.
Além disso, observam que o cenário do setor em que a empresa atua é um fator inerente e relevante.
“O negócio de resseguros deve ser aritmético, ou seja, os prêmios devem pagar os sinistros mais
despesas administrativas. Ele [presidente da empresa] acrescentou que uma boa gestão de portfólio também é fundamental. O vertical de subscrição deve ser capaz de determinar o tamanho ideal de cada segmento exposição na carteira, escolhendo a dedo os melhores riscos, precificando-os corretamente e
corrigindo as comissões”, observa o BTG.
Para melhorar sua performance, o BTG espera que o IRB no 4T22 e nos demais trimestres mostre ajustes de eficácia no portfólio e mantenham uma gestão de pessoas razoável.