IRB (IRBR3) despenca quase 33%: veja as ações do Ibovespa que mais caíram em setembro
O Ibovespa, principal índice representativo das ações brasileiras, encerrou o mês de setembro com uma valorização mensal de 0,47%, aos 110.036,79 pontos. A pontuação alcançou a máxima mensal em 114.392,42 pontos, enquanto a mínima foi de 106.243,52 pontos.
Apesar de ter obtido uma alta leve, o índice de ações brasileiras registrou sua terceira alta mensal consecutiva, em meio a interrupção do ciclo de aperto monetário brasileiro. Em sua última reunião, o Banco Central do Brasil manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano.
Os investidores também estiveram de olho no andamento do processo eleitoral. O preço das ações de algumas empresas acabou sendo influenciado pelas falas de alguns candidatos que estão bem posicionados nas pesquisas eleitorais de intenção de voto.
O Ibovespa começou o mês de setembro em alta nos primeiros pregões, devolvendo seus ganhos no dia 5 de setembro, após uma queda diária de 2,17%. Apesar disso, voltou a subir até o dia 12, mas registrou sucessivas baixas até o dia 16.
O índice entrou em uma tendência de alta até o dia 22, registrando sua pontuação máxima mensal, mas voltou a cair até o dia 29, quando alcançou a mínima do mês. Nesta sexta-feira (30), o Ibovespa obteve uma recuperação parcial, com um desempenho diário positivo de 2,20%.
Ações do Ibovespa que mais caíram em setembro
As 5 ações do Ibovespa com as piores performances em setembro tiveram quedas a partir de 18%. O principal destaque foi o IRB Brasil (IRBR3), com uma forte baixa de 32,93%, liderando as perdas mensais. Vale destacar que no mês anterior a empresa já vinha de uma variação negativa de 14,14%.
A Marfrig (MRFG3) também se posicionou entre os principais destaques de queda em setembro, com uma desvalorização de 24,94%, revertendo a alta obtida em agosto de 4,74%.
Além disso, as ações da São Martinho (SMTO3) recuaram 19,90%, e os papéis da Minerva (BEEF3) caíram 18,83%, revertendo a alta de agosto, já que no mês anterior variaram +19,75%. A BRF (BRFS3) teve uma baixa de 18,74%, obtendo a sua segunda queda mensal consecutiva.
Em resumo, as ações com as maiores quedas do Ibovespa em setembro foram:
- IRB Brasil (IRBR3): -32,93%
- Marfrig (MRFG3): -24,94%
- São Martinho (SMTO3): -19,90%
- Minerva (BEEF3): -18,83%
- BRF (BRFS3): -18,74%
O que impulsionou a queda de IRB Brasil, Marfrig e BRF?
No caso do IRB Brasil, os papéis da companhia iniciaram o mês de setembro com uma queda de 10%, depois de uma oferta subsequente de ações que totalizou R$ 1,2 bilhão. A empresa vai usar os recursos captados para regularizar os indicadores regulatórios que foram estabelecidos pela Susep.
Além disso, o IRB também passou por uma ação civil pública que tinha como pauta os prejuízos dos acionistas. O Instituto Brasileiro de Cidadania (Ibraci) afirmou que o IRB teria agido com dolo ao anunciar informações mentirosas. Desse modo, a entidade diz que esses investidores não devem ser “obrigados a suportar o ônus de atos ilícitos”.
Um dos investidores do IRB solicitou uma indenização no valor de R$ 807,4 mil por conta das perdas obtidas com a baixa dos ativos. No dia 21 de setembro, a companhia divulgou um prejuízo de R$ 59 milhões em julho, acumulando prejuízo de R$ 351,7 milhões em 2022.
Após o anúncio de que poderia cair a demanda por carne na China, as ações dos frigoríficos acabaram iniciando o mês de setembro em queda, de modo que as perdas de Marfrig e BRF seguiram esse movimento.