Em vídeo publicado hoje no YouTube, o CEO do IRB Brasil Re (IRBR3), Antônio Cássio dos Santos, há sete meses no posto, afirmou que no quarto trimestre a companhia deve mostrar mais a sua nova cara. No terceiro trimestre, segundo ele, o balanço ainda apresentou resquícios do processo de reformulação, “mas o passado está ficando no passado”.
A companhia descontinuou alguns negócios, como parte da estratégia de focar em contratos que assegurem desempenho satisfatório. “Chamaos essa iniciativa de limpeza, arrumação e crescimento sustentável do portfólio”, informou a empresa no release de resultados do terceiro trimestre.
O lucro líquido recorrente no terceiro trimestre, excluindo os contratos descontinuados, foi de R$ 149,9 milhões.
O prejuízo líquido foi, ao total, de R$ 229 milhões. Para o quarto trimestre, o esperado é que, se houver prejuízo, ele seja menor. “Se houver prejuízo, será em escala muito menor. A gente espera um quarto trimestre mais próximo da normalidade do que é o novo IRB.”
Além do prejuízo, Antônio afirmou que a companhia busca também mudar o posicionamento da empresa no mercado interno e externo. Hoje, 60% dos negócios estão no mercado interno e 40% no externo. “O ideal é que alcancemos algo entorno de 55% no doméstico e 45% no exterior”, disse.
Em meio à reformulação, as principais contas que a IRB deixou foram no exterior. Para voltar a recuperar mercado externo, a companhia aposta na sua eficiência operacional. “Operamos com um custo administrativo da ordem de 4% a 5% Quando nós vamos ao mercado internacional, o mercado opera com custo de 13% a 15%”, afirma o CEO.
Para voltar ao mercado externo, entretanto, a companhia tem de acertar alguns pontos. É necessário expandir as provisões técnicas para atender os clientes internacionais. “Estamos buscando instrumentos financeiros para cobrir este detalhe, que não é muito pequeno, na casa dos R$ 800 milhões. E estamos buscando as formais mais adequadas que serão aceitas por reguladores brasileiros e internacionais”, finaliza.
IRB divulgou resultados
O IRB teve um prejuízo líquido de R$ 229,8 milhões no terceiro trimestre de 2020, um resultado pior do que o prejuízo de R$ 19,7 milhões visto um ano antes. Em relação ao segundo trimestre de 2020, no entanto, o resultado melhorou. No período, as perdas haviam chegado a R$ 685,1 milhões.
De acordo com resultado divulgado pelo IRB, a melhora em relação ao trimestre anterior reflete uma retomada do mercado segurador. Nos nove primeiros meses do ano, a companhia contabiliza prejuízo de R$ 901,1 milhões, reflexo da aceleração nos avisos de sinistros internacionais. Segundo a empresa, as perdas são explicadas “pelo momento de incertezas da economia e na companhia”.
No entanto, o IRB acredita que poderá alcançar lucro em 2021, com a melhoria de prêmios, especialmente em grandes riscos, como nos setores de petróleo, patrimonial e rural.
Envolvida em uma série de escândalos que derrubaram a cotação do papel neste ano, o IRB declarou estar comprometida com ética, governança e gestão de riscos, e que está “claramente avançando” nesses processos.
Saiba mais: IRB (IRBR3): polêmicas, bônus e “short” marcam história recente