O IRB Brasil Resseguros (IRBR3) informou que foi concluída a investigação independente realizada pela KPMG Assessores Ltda. e a Felsberg Advogados sobre a divulgação de informações falsas relacionadas a base acionária da empresa. A investigação consistia em identificar os responsáveis por dar falsas informações sobre uma suposta participação da Berkshire Hathaway na resseguradora. O comunicado foi feito nesta sexta-feira (26) em complemento ao fato relevante divulgado no dia 4 de março e a nota do dia 3 de abril.
“Esta investigação identificou os responsáveis pela disseminação de informação inverídica a cerca da base acionária da companhia – notadamente no tocante a Berkshire Hathaway -, os quais praticaram estes atos irregulares, em caráter individual, fora de seus mandatos e de seus poderes regulares de gestão”, destacou a IRB Brasil.
Além disso, a IRB ressaltou que, em apurações internas, a nova diretoria da resseguradora encontrou irregularidades no pagamento de potenciais bônus a ex-diretor e outros colaboradores do IRB Brasil e suas controladas. O montante identificado nos supostos atos corruptos que, de acordo com informações do Estadão, estariam ligados a venda de imóveis, é de cerca de R$ 60 milhões.
A nova diretoria também informou que em fevereiro e março deste ano foram realizadas operações de recompra de ações da IRB que ultrapassaram as quantidades autorizadas pelo conselho de administração em 2.850.000 ações, totalizando um valor de cerca de R$ 100 milhões . “Os responsáveis primários já identificados por todas estas irregularidades apuradas não integram mais os quadros da companhia”, destacou a resseguradora em fato relevante.
Todas as apurações citadas anteriormente, segundo a IRB, foram encaminhadas ao Ministério Público Federal, Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à Superintendência de Seguros Privados (Susep).
“A companhia irá colaborar com as investigações que vierem a ser conduzidas pelas autoridades competentes, fornecendo os devidos esclarecimentos, informações e documentos que se fizerem necessários”, salientou a IRB.
A IRB também reforçou que mantém o seu compromisso com a ética e transparência e “de não compactuar com irregularidades”.
Mudanças recentes na diretoria da IRB
Desde meados do meio do mês de março, a resseguradora IRB Brasil lidou com renúncias e demissões em seu quadro diretivo. Isso começou após a polêmica com a carta da gestora Squadra em fevereiro, que questionava as práticas contábeis da IRB. Aconteceram, neste meio tempo, diversas alterações no quadro do conselho de administração da empresa e também na diretoria.
No dia 6 de abril, a empresa anunciou que Isabel Blazquez Solano iria ocupar a vice-presidência de Resseguros. Além disso, José Farias de Sousa, que era o dono do cargo que agora é de Solano, passou a a exercer a função de vice-presidente de Estratégia Corporativa e Gestão de Clientes.
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Há pouco mais de um mês, o contador Paulo Daniel Araújo da Rocha, diretor de controladoria da resseguradora, foi demitido. Segundo o “Valor Econômico”, Rocha foi demitido por justa causa sob alegação de “fraude em contratos”. O IRB confirmou que o contador não integra mais a equipe de funcionários, porém preferiu não comentar sobre as razões da demissão.
Em fato relevante divulgado na última terça-feira (23), a IRB Brasil informou que vem tentando melhorar sua estrutura de governança corporativa desde março deste ano.