IRB Brasil opera em queda de 9% após nova carta da Squadra
As ações da IRB Brasil (IRBR3) apresentam uma forte queda, liderando as baixas na B3, nesta segunda-feira (10). Os papéis da resseguradora registravam queda de 9,26%, por volta das 12h00 na Bolsa de Valores de São Paulo, negociados a R$ 35,87 nesta manhã.
A queda nos papéis aconteceu após a gestora de recursos Squadra Investimentos publicar, no último domingo (9), uma nova carta na qual reafirma sua opinião sobre as práticas contábeis da IRB Brasil.
O novo documento, de 50 páginas, traz uma análise das informações que a própria resseguradora tem reportado ao mercado em relação ao investimento short (vendida).
“Em nossa opinião, existem indícios que apontam para lucro normalizados (recorrentes) significativamente inferiores aos lucros contábeis reportados nas demonstrações financeiras da Companhia”, informou a Carta da Squadra.
“Essa disparidade entre lucro contábil e lucro normalizado foi crescente durante o período e atingiu sua maior diferença nos resultados trimestrais mais recentes. Não estamos afirmando que há razões legais ou regulatórias que exijam a divulgação de tais lucros de modo diferente ao realizado pelo IRB.”
“Nossa intenção aqui é justificar aos senhores nossa opinião de que há uma grande disparidade entre preço e valor nas ações do IRB causada principalmente por uma percepção de parcela do mercado sobre a sustentabilidade dos seus elevados níveis de retorno sobre o capital”, completa o trecho retirado da carta.
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Segundo a Squadra, a rentabilidade normalizada da IRB é muito menor das expectativas de grande parte do mercado, isso por causa de um conjunto de razões:
- as seguradoras brasileiras reportam sinistros recuperados junto ao IRB maiores que a despesa correspondente a DRE da companhia. As sinistralidades dos riscos cedidos ao IRB seriam próximas à média do mercado;
- os negócios do IRB na região envolvem contratos originados por licitação pública e com sinistralidade estruturalmente elevada;
- as despesas de sinistros contábil foi reduzida por reconhecimento de expectativa de recebimentos futuros e reversões de provisões antigas;
- os resultados foram beneficiados por uma variedade de ganhos não recorrentes e não caixa, impactando diversas linhas da DRE;
- a geração de caixa do IRB foi muito abaixo da esperada e os recebíveis estão se acumulando e
- o resultado financeiro favorecido por remarcações e vendas de ativos adquiridos há mais de 20 anos.
No dia 3 de fevereiro, após a publicação da primeira carta, as ações da IRB Brasil chegaram a cair 15,17%, durante a tarde, e os papéis encerraram em queda de 9,06%.