Com uma retração de 17% no acumulado de 2023 e um grupamento de ações recente, o IRB Brasil (IRBR3) soma uma expectativa relativamente grande para o seu balanço do quarto trimestre de 2022 (4T22), a ser divulgado na segunda-feira (27) após o fechamento de mercado.
No balanço mais recente, o do 3T22, o IRB Brasil mostrou que praticamente dobrou o prejuízo na base anual, para quase R$ 300 milhões.
O consenso Bloomberg de mercado espera que o prejuízo do IRB seja de R$ 38 milhões.
Analistas do BTG Pactual têm uma tese mais pessimista para a resseguradora, estimando um prejuízo de R$ 96 milhões.
No parecer mais recente da casa, do início de fevereiro, os especialistas destacaram que a gestão está se esforçando para tornar a companhia ‘investível’ novamente.
Apesar disso, a recomendação ainda é neutra para IRBR3, com preço-alvo de R$ 27 – ante cerca de R$ 21 atuais.
“Conhecemos o Marcos Falcão, e saímos da reunião impressionados com o que ouvimos. Depois ingressou no quadro da diretoria do IRB em maio de 2020, assumiu a presidência em novembro e, nas últimas 10 semanas passou um pente fino na empresa. Ele está convencido de que o IRB tem uma equipe bem acima da média e está empenhado em melhorar aspectos culturais e objetivos internos”, destacaram os analistas.
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A expectativa da gestão da empresa é de que o ‘turnaround‘ – mudança diametral de desempenho de uma empresa – seja possível, e a empresa está remando nessa direção.
Ainda assim, especialistas do BTG destacam que os movimentos de estrutura de capital da empresa são desafiadores e que a eficiência de custos ainda precisa melhorar.
Além disso, observam que o cenário do setor em que a empresa atua é um fator inerente e relevante.
“O negócio de resseguros deve ser aritmético, ou seja, os prêmios devem pagar os sinistros mais
despesas administrativas. Ele [presidente da empresa] acrescentou que uma boa gestão de portfólio também é fundamental. O vertical de subscrição deve ser capaz de determinar o tamanho ideal de cada segmento exposição na carteira, escolhendo a dedo os melhores riscos, precificando-os corretamente e
corrigindo as comissões”, observa o BTG.
Para melhorar sua performance, o BTG espera que o IRB no 4T22 e nos demais trimestres mostre ajustes de eficácia no portfólio e mantenham uma gestão de pessoas razoável.
Genial espera prejuízo de R$ 43 milhões do IRB
Indo mais além, especialistas da Genial Investimentos recomendam venda para as ações do IRB, com preço-alvo de R$ 21.
A projeção é de que o prejuízo da resseguradora seja de R$ 43 milhões no trimestre, apesar dos comunicados de resultados mensais no azul.
“Nossa estimativa para o último trimestre do ano permanece com prejuízo líquido, porém menor do que nos trimestres passados. Apesar do pequeno fôlego divulgado pela companhia no mês de outubro realizando lucro líquido de R$ 6,4 milhões, as boas expectativas foram rapidamente supridas pelo comunicado do mês de novembro que registraram prejuízo de -R$ 48,5 milhões”, aponta a Genial.
A Genial mantém o pessimismo mesmo destacando que em dezembro o IRB teve um ganho de capital não recorrente da venda de 20% de participação do Casa Shopping no Rio de Janeiro na faixa dos R$ 30 milhões.
Sem essa sazonalidade, o prejuízo do IRB poderia ser ainda maior.
Segundo a casa, três pontos devem afetar negativamente o resultado do IRB:
- Sinistralidade ainda elevada
- Rdução dos prêmios emitidos e ganhos
- Manutenção do resultado financeiro, abaixo da rentabilidade do CDI
“Acreditamos que a empresa deva caminhar gradualmente para uma melhora de rentabilidade, apesar da velocidade dessa evolução ser um ponto frustrante para muitos investidores e analistas. Não só essa velocidade de melhora, mas como o novo nível de rentabilidade da resseguradora após reestruturação são ainda pontos com pouca visibilidade. Dado o alto nível de risco embutido ainda, acreditamos que existam outros investimentos mais interessantes na bolsa nesse momento”, completa a Genial sobre o IRB.