O IRB Brasil (IRBR3) comunicou, na manhã desta quarta-feira (7), que foi novamente questionado pela B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) acerca de oscilações atípicas em suas ações nos últimos dias. A informação foi revelada por meio de um comunicado ao mercado.
A operadora da bolsa brasileira questionou o IRB sobre o número de negócios e a quantidade negociada nos últimos pregões, e solicitou à resseguradora algum fato que possa justificar esses movimentos. A empresa já havia sido contatada pela B3 no fim do mês passado; à época, a empresa disse que não tinha conhecimento de qualquer ato ou fato relevante pendente de divulgação que pudesse justificar as variações atípicas.
Já nesta quarta-feira, a companhia disse que o único fato, “de seu conhecimento, que pode ter contribuído com a referida oscilação das ações da companhia foi a publicação, na última segunda-feira (5), do relatório de retomada de cobertura do IRB Brasil pelo banco UBS, com a recomendação de venda e preço alvo de R$ 4,60″.
Além disso, a companhia reiterou que o plano de regularização de liquidez junto à Superintendência de Seguros Privados (Susep) “foi formalmente aprovado pela autarquia e vem sendo cumprido pelo IRB Brasil, mediante as operações já estruturadas em curso, visado o reenquadramento regulatório da companhia”.
O comunicado relembra que a solvência da empresa, em 30 de junho, era de 101%. Após a operação de capitalização, a solvência foi para 244%, estando, portanto, “a sua saúde econômico-financeira no mais alto nível do mercado global de resseguros”. o IRB pontuou que não planeja realizar mais nenhuma captação de recursos além da concluída em agosto, no montante de R$ 2,3 bilhões.
A resseguradora também esclareceu à B3 que não perdeu nenhum contrato importante, e contou com rescimento de prêmio emitido total da ordem de 24,5% nos sete primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período de 2019.
“As declarações apresentadas pelo IRB na divulgação do resultado do segundo trimestre vêm sendo cumpridas de forma rigorosa. O resultado de julho já demonstra melhora, com uma menor influência dos efeitos dos negócios já descontinuados (clean-up do portfólio), os quais possuem cauda curta”, argumentou o IRB, concluindo ao dizer que permanece à disposição para quaisquer esclarecimentos.
Recomendação do UBS faz IRB cair 17%
O banco suíço UBS divulgou um relatório sobre o IRB Brasil no qual salientou que a resseguradora poderia demorar a recuperar os níveis de lucratividade.
De acordo com o documento assinado pelos analistas Mariana Taddeo e Kaio Prato, a reconstrução da empresa deve levar algum tempo, visto que a companhia vem tentando superar problemas de governança corporativa, que resultaram em mudanças na administração e revisões contábeis.
“Na cotação atual na Bolsa, nossa análise sugere que o mercado precifica o Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (ROE) em 20% no longo prazo e índices de sinistralidade em 62% (em linha com a média de 2014-2019), o que acreditamos ser muito alto”, ressaltaram os analistas da instituição, em relatório a clientes.
O banco retomou o acompanhamento da empresa, saindo de uma recomendação de compra de R$ 48 para a recomendação de venda, com o preço-alvo de R$ 4,60. Com isso, após quase 10 pregões consecutivos em alta, os papéis do IRB caíram 17,11% na última terça-feira (6), negociados a R$ 7,17.