O IRB Brasil (IRBR3) teve prejuízo líquido de R$ 373 milhões no segundo trimestre de 2022 (2T22), uma piora de 80% em relação aos R$ 206 milhões de prejuízos anotados em igual período de 2021.
O resultado do IRB foi divulgado ao fim desta segunda-feira (15), após o fechamento do pregão, em documento na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O Prêmio Emitido no trimestre foi de R$ 1,68 bilhão, queda de 22% ante os R$ 2,16 bilhões na mesma etapa de 2021.
O Sinistro retido foi negativo em R$ 1,663 bilhão, estável ante os R$ 1,65 bilhão vistos em 2021.
As despesas administrativas caíram 25%, saindo de R$ 106 milhões para R$ 76 milhões no 2T22.
Segundo a administração, o prejuízo líquido do IRB no 2T22 foi negativamente impactado pelos efeitos climáticos que afetaram os contratos de Riscos Rurais.
No acumulado semestral, o prejuízo totalizou R$292,8 milhões, comparado a um prejuízo de R$156,1 milhões no primeiro semestre de 2021.
“O primeiro semestre de 2022 apresentou-se bastante desafiador para o mercado segurador e ressegurador. O efeito das questões climáticas no agronegócio causou quebras de safra importantes, que resultaram em sinistros vultosos para os produtores rurais e, consequentemente, para as seguradoras e resseguradoras. Esse efeito relevante, somado ao impacto da pandemia nos seguros de vida, elevou a sinistralidade a níveis não esperados pela companhia”, consta no balanço.
Além disso, o Índice de Sinistralidade Total da empresa saiu de 95,7% para 124,2%, alta de mais de 28 pontos percentuais (p.p.).
Da mesma forma, o Índice Combinado Ampliado saiu de 122,4% para 143,2%, uma alta de 20,9 p.p..
No 2T22 o caixa consumido pelas operações totalizou R$475,6 milhões, comparado a uma geração de caixa de R$352,0 milhões no 2T21.
Sobre os prêmios emitidos, o IRB aponta que foram R$ 1,154 bilhão no 2T22, com decréscimo de 7,0% em relação ao mesmo
período de 2021, o que empresa aponta como “razão dos seguintes fatores”:
- Rural: reduções de linha e saída de alguns programas deficitários, além de revisão de condições comerciais;
- Vida: nenhum destaque relevante no período. Emissão de prêmio no acumulado dos últimos 6 meses continua
apresentando crescimento de 9,7% em relação a 2021; - Riscos Especiais: incremento no volume de prêmios devido a novos projetos de construção no segmento;
- Aviação: cancelamento de alguns contratos e estratégia de redução de exposição no ramo, que ainda segue
desafiador; - Outros: renovação com ajuste de taxa e correção de inflação das principais contas no segmento de riscos de
transportes e cascos marítimos no período
Em termos de cenário setorial, a companhia aponta que o setor segurador cresceu 19,6%, o que corresponde a R$13,1 bilhões a mais em faturamento em comparação ao mesmo período de 2021, alcançando R$80,0 bilhões.
IRB Brasil confirma estudar aumento de capital
Após fontes internas citarem um possível aumento de capital de até R$ 1,5 bilhão, a companhia confirmou, na segunda (15) pela manhã veio a público dizer que “avalia diversas alternativas disponíveis para o reforço de sua condição financeira”.
Se concretizada, a proposta poderia fazer cada ação IRBR3 ir a R$ 1 – um modo de contornar as exigências regulatórias acerca da liquidez da companhia.
Há três trimestres a empresa sofre com a insuficiência no seu índice de liquidez, que caiu de 143% para 106% em março deste ano.
“[O IRB] estuda a possibilidade de realização de uma operação de captação de recursos, que em princípio consistiria em uma oferta pública subsequente de distribuição primária de ações ordinárias, todas nominativas, escriturais e sem valor nominal“, diz o documento.
A companhia destaca que deve fazer isso com base no limite de aumento de capital autorizado pelo Estatuto Social mas, cita que até o momento não definiu valores.
Desempenho de IRBR3
As ações do IRB são negociadas a atuais R$ 2,11, com alta de 0,5% nos últimos 30 dias.
Contudo, no acumulado de 12 meses, o IRB teve uma queda de cerca de 59% nos seus papéis, em ritmo de alta volatilidade – com máxima de R$ 5,50 e mínima de R$ 1,89 nessa janela de tempo.