O IRB Brasil (IRBR3) celebrou um acordo com o United States Justice Department (DOJ), em que pagará US$ 5 milhões para colocar um ponto-final nas acusações de fake news associadas a Warren Buffett. Em comunicado publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quinta (11), a resseguradora reforçou que seguirá cooperando com as autoridades norte-americanas.
“Em função da celebração do acordo e a assinatura do NPA [Non-Prosecution Agreement], a companhia continuará cooperando com a SEC [Securities and Exchange Commission, equivalente à CVM nos Estados Unidos] e o DOJ, visando aprimorar suas práticas de controles internos, governança e conformidade, submetendo-se ao acompanhamento e reporte periódico ao DOJ por um período de até 3 anos”, disse a empresa no Fato Relevante.
O acordo foi pactuado em um acordo de não acusação (NPA) assinado em 20 de abril. Devido em parte à ampla cooperação e remediação do IRB neste caso, a SEC não impôs qualquer penalidade como parte de seu acordo com a companhia.
Na quarta (10), a SEC anunciou que protocolou e solicitou aprovação do acordo pela U.S. District Court for the Southern District of New York.
Fake news no IRB Brasil
O caso ocorreu no início de 2020, quando o ex-vice presidente executivo de finanças e relações com investidores do IRB, Fernando Passos, teria espalhado a notícia falsa de que a Berkshire Hathaway, gestora de Buffett, teria investido na resseguradora.
A fake news visava sustentar o preço das ações do IRB, que haviam tido uma forte queda na época, quando a gestora de recursos Squadra Investimentos publicou uma carta em que questionava as práticas contábeis da resseguradora.
Segundo a SEC, os papéis da resseguradora subiram 6% após a divulgação desse ruído, mas tombaram mais de 40% após a Berkshire soltar um comunicado no qual negava a história e afirmava que não tinha interesse em investir na empresa.
Com a imagem manchada, entre janeiro e março de 2020, as ações foram de R$ 41,43 para R$ 6,47. Desde então, o IRB Brasil trabalha para recuperar a credibilidade junto ao mercado. Em fevereiro, a empresa aprovou o grupamento da totalidade de 2,468 bilhões de ações ordinárias de emissão da companhia, na proporção de 30 para 1.
Com Estadão Conteúdo
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