Com melhor sinistralidade, IRB Brasil (IRBR3) lucra R$ 80,5 milhões no 1T21
O IRB Brasil (IRBR3) teve um lucro líquido recorrente de R$ 80,5 milhões no primeiro trimestre deste ano, uma alta de 7,04% sobre o reportado no mesmo período do ano passado. O resultado, divulgado na noite da última quinta-feira (13), ficou em linha com o consenso do mercado.
Se considerados os itens não recorrentes, o lucro contábil ficou em R$ 50,8 milhões, avanço de 44,9% sobre os três primeiros meses de 2020. O IRB Brasil atribuiu o balanço positivo à melhora do índice de sinistralidade, que caiu 4,4 pontos percentuais no primeiro trimestre, saindo de 76,5% em março do ano passado para 72,1%.
Esse número melhora ainda mais se excluídos os efeitos dos negócios descontinuados. Com isso, a sinistralidade ficaria em 69,6%, o equivalente a um recuo de 6,9 pontos percentuais. A estratégia de re-underwriting, adotado em julho de 2020 com o intuito de redirecionar as operações do ressegurador, está mostrando seus resultados.
“Mantivemos a revisão do nosso portfólio e nossos objetivos estratégicos. Nesse contexto, privilegiamos os negócios locais em detrimento aos do exterior, aonde fomos mais seletivos e restritivos”, disse o CEO Wilson Toneto.
No primeiro trimestre, a companhia registrou um resultado de subscrição positivo em R$ 74,2 milhões, montante 57% acima do registrado um ano antes. Excluindo os efeitos descontinuados do período, o número fica em R$ 93,3 milhões positivos entre janeiro e março deste ano.
O executivo destaca que além da melhora nas linhas de lucro e subscrição, o fim da fiscalização especial da Superintendência de Seguros Privados (Susep) e o cumprimento do plano de liquidez regulatória no período são marcos importantes.
No fim de março, a empresa estava com um excesso de capital regulatório de R$ 1,4 bilhão, o que equivale a um índice de solvência regulatória de 181%, medida pela relação entre o patrimônio líquido ajustado e o capital de risco. O índice de solvência total da empresa ficou em 254%. Ambas as métricas equivalem a melhoras frente ao trimestre imediatamente anterior e sobre junho do ano passado, momento mais crítico da empresa.
Prêmio emitido do IRB Brasil recua
O balanço da empresa, contudo, também trouxe a queda no prêmio emitido. No primeiro trimestre deste ano, foram emitidos R$ 1,93 bilhão em prêmios, baixa de 3,3% sobre o primeiro trimestre de 2020.
O resultado foi majoritariamente sustentado pela operação no Brasil, que cresceu 18,6%, para R$ 1,04 bilhão, equivalente a 54,86% de todo o prêmio. O resultado foi impulsionado pelo maior volume de prêmio emitido em patrimonial (+54,4%), vida (+49,8%) e riscos especiais (+135,8%).
A operação no exterior recuou 20,6%, resultado de uma elevada desvalorização do real no período, segundo a empresa. Os prêmios foram de R$ 886,1 milhões. As linhas de vida (-69,2%), aviação (-28,2%) foram as mais impactadas.
No primeiro trimestre deste ano, o ressegurador apresentou uma geração de caixa operacional positiva em R$ 551 milhões. O resultado, todavia, foi influenciado pelo recebimento do acordo de ressarcimento com a Eletronorte. Sem esse item, a geração de caixa seria de R$ 176 milhões.
Esse foi o terceiro trimestre consecutivo de geração de caixa operacional do IRB Brasil.