IRB Brasil (IRBR3): ‘Dá para investir, mas agora não é o momento’, diz BTG

Em relatório sobre as ações do IRB Brasil (IRBR3), analistas do BTG Pactual (BPAC11) destacaram que a companhia é ‘investível’, mas não é o momento de fazer o aporte. Os analistas mantêm recomendação neutra para os papéis, vendo um cenário ainda desfavorável.

Entenda o que está acontecendo com o IRB Brasil (IRBR3) após a oferta de ações

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Em termos de preço, os analistas do BTG miram R$ 1,30 de preço alvo para as ações do IRB, enquanto os papéis negociam a cerca de R$ 1,20 atualmente.

Na análise, Eduardo Rosman, Thiago Paura e Ricardo Buchpiguel afirmam que a oferta de ações feita pela resseguradora é a ‘chave para a recuperação da empresa’, mas não um gatilho para um investimento em IRBR3 no momento atual.

Segundo o relatório, o IRB Brasil foi ‘renovado’ em virtude de uma mudança na gestão e na governança – alterações que ocorreram após a empresa protagonizar um escândalo contábil e despencar na bolsa de valores no início de 2020.

Ou seja, com a reestruturação o IRB está ‘investível’ novamente. Contudo, o cenário para o segmento da empresa segue desafiador – ponto que é utilizado para embasar a recomendação neutra para os papéis por parte do BTG.

“O mercado de resseguros está se tornando cada vez mais difícil nos dias atuais (o que também pode ser bom para fazer preços atrativos). Também não vimos qualquer ressegurador capaz de ocupar o lugar do IRB à frente da indústria brasileira, enquanto capital e uma taxa Selic mais alta devem ajudá-lo a tornar-se lucrativo novamente. Porém, ainda não gostamos da relação entre risco e retorno dos papéis”, diz a casa.

O que o BTG achou da oferta de ações do IRB Brasil?

Especificamente sobre a operação feita pela empresa, o BTG cita que a oferta primária do IRB foi algo “fundamental”, já que a empresa precisava regularizar seus indicadores de liquidez.

Isso porque a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) exige um patamar de liquidez mínimos das companhias, e o IRB corria o risco de ficar abaixo do mínimo obrigatório, dados os patamares que constavam nos balanços financeiros.

“A oferta, ao preço de R$ 1 por ação, desencadeou a emissão de 1,2 bilhão de novas ações (aproximadamente +100% ante a contagem de ações anterior), aumentando seu patrimônio em R$ 1,2 bilhão. Embora este preço esteja cerca de 50% abaixo de onde a ação estava sendo negociada há alguns dias antes do anúncio da oferta, ela ainda fica acima do preço mínimo autorizado (R$ 0,67) e também das nossas projeções”, apontam os analistas sobre o IRB.

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Os analistas ainda destacam que, no patamar atual, de R$ 1 por ação, o IRB é negociado a um múltiplo de 1,2x seu patrimônio líquido ajustado.

Além disso, apontam que a influência da oferta na dinâmica de capital não deve ser tão grande, e a empresa seguirá com prejuízos no curto prazo.

“Antes da oferta de ações, o IRB mostrava uma necessidade de capital na casa dos R$ 650 milhões. Eles venderam alguns imóveis, mas provavelmente ainda devem mostrar prejuízo líquido no balanço do terceiro trimestre”, segue o BTG.

Mesmo após a oferta, o BTG estima que essa cifra deve ter sido reduzida, na melhor das hipóteses, para R$ 500 milhões.

“O IRB ainda é classificado como ‘investment grade’ por uma importante agência de rating. Embora o follow-on seja um evento-chave, não temos boa visibilidade sobre o que esperar da empresa”, concluem os especialistas.

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Eduardo Vargas

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