O banco suíço UBS divulgou nesta terça-feira (6) um relatório sobre o IRB Brasil (IRBR3) no qual salientou que o ressegurador poderia demorar a recuperar os níveis de lucratividade.
De acordo com o documento assinado pelos analistas Mariana Taddeo e Kaio Prato, a reconstrução do IRB deve levar algum tempo, visto que a companhia vem tentando superar problemas de governança corporativa, que resultaram em mudanças na administração e revisões contábeis.
“Na cotação atual na bolsa, nossa análise sugere que o mercado precifica o ROE [Retorno Sobre o Patrimônio Líquido] em 20% no longo prazo e índices de sinistralidade em 62% (em linha com a média de 2014-2019), o que acreditamos ser muito alto”, ressaltaram os analistas do UBS, em relatório a clientes.
O banco enxerga que a empresa deve demorar para recuperar a lucratividade a patamares semelhantes aos registrados por concorrentes globais. O IRB Brasil reportou um prejuízo de R$ 685,1 milhões referente ao exercício no segundo trimestre de 2020, atribuindo o resultado aos gastos com a reestruturação.
Nesse sentido, o UBS espera que o ROE da empresa será negativo em 18,5% neste ano, com uma recuperação de 4% em 2021, para então atingir 12,3% em um período de quatro anos. Além disso, a instituição financeira prevê que a sinistralidade do IRB deve bater 95% em 2020, mantendo níveis altos até 2024, quando o banco espera um percentual abaixo de 70%.
UBS rebaixa recomendação do IRB
Com a publicação do relatório, as ações ordinárias do ressegurador registraram uma queda acentuada, de 17,11% a R$ 7,17, a maior do Ibovespa nesta terça-feira.
O banco rebaixou a recomendações da ações da empresa de compra para venda e reduziu o preço-alvo de R$ 48,00 para R$ 4,60. O movimento corresponde a um corte de 47% em relação ao patamar de fechamento do IRB Brasil no dia anterior, de R$ 8,65.