O exército do Irã lançou na noite deste sábado (13) um ataque drones em direção ao território de Israel. O governo israelense confirmou as informações e informou que disparou baterias aéreas como contra-ataque. Segundo a CNN Internacional, o Irã disparou mais de 150 drones contra Israel, além de mísseis. A mídia israelense fala em mais de 300 drones.
O ataque do Irã não atingiu alvos em Israel. As aeronaves, não tripuladas, demoram para chegar aos alvos e são defensáveis. Não há registro de mortos e feridos.
Porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari confirmou a informação. A Guarda Revolucionária do Irã também disse que o país atacou Israel.
Sirenes e explosões foram registradas em Jerusalém e Tel Aviv, de acordo com a agência Reuters, às 19h50, horário de Brasília (1h50 em Israel). Seriam drones e mísseis do Irã sendo interceptados.
A Globonews informou que caças americanos também derrubaram drones e mísseis do Irã em outras cidades do país. Imagens do X mostram explosões em Israel de mísseis sendo abatidos.
Israel fala em uma resposta “significativa” do país ao Irã. A Jordânia, que viu drones e mísseis cruzarem o seu espaço aéreo em direção à Israel, também abateu aeronaves não-tripuladas, informa a CNN internacional.
Autoridades do Irã falam em atacar como retaliação os EUA – que defenderam Israel interceptando mísseis e drones.
O ministro das Relações Exteriores do país, Israel Katz, confirmou o ataque em declaração no X. Disse que “nós, em Israel, precisamos manter nossa unidade como povo e como país diante dos grandes desafios que enfrentamos”.
O Irã também lançou mísseis de cruzeiro contra Israel. Foi o primeiro ataque do país desde 7 de outubro quando Israel respondeu aos atentados do Hamas no país – que deram origem à guerra entre o grupo terrorista que controla o território palestino na Faixa de Gaza e as forças israelenses.
O governo iraniano disse que o ataque à Israel é uma resposta ao atentado da embaixada do país em Damasco, na Síria.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, divulgou nota afirmando que o país estava preparado para ataques iranianos. O premiê está reunido com a cúpula do militar em um gabinete de crise.
Jornais e agências de notícias europeias destacaram ontem a escalada do conflito entre Israel e o Hamas, com a possibilidade agora de uma ofensiva vinda do Irã, após o ataque israelense contra o consulado iraniano em Damasco, na Síria. Segundo os portais dos jornais The Guardian, Deutsche Welle, El País, Corriere della Sera, Le Figaro, o Ocidente estava em alerta para a retaliação da república islâmica, reporta a jornalista Letícia Naome, do Broadcast.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que prometeu apoio incondicional a Israel em caso de represália iraniana ao ataque do início do mês a um consulado do país persa na Síria, disse ontem que uma ação inimiga contra o aliado no Oriente Médio deveria “ocorrer mais cedo do que tarde”.
Biden vai se reunir nesta noite na Casa Branca para discutir o que o EUA farão com a confirmação do ataque contra Israel.
O porta-aviões Dwight D. Eisenhower está na região do Golfo Pérsico em alerta, após a notícia de o Irã lançou dezenas drones contra Israel.
Segundo a CNN, o exército dos EUA tem 6.000 militares de prontidão, com um cruzador de mísseis guiados da classe Ticonderoga USS Philippine Sea (CG 58) e os destróieres de mísseis guiados da classe Arleigh Burke USS Mason (DDG 87) e USS Gravely (DDG 107). Essas armas podem interceptar mísseis do Irã.
Ataques do Irã têm origem na guerra entre Hamas e Israel
Como resposta ao ataque do Hamas, que sequestrou e matou civis israelenses em outubro, Israel vem bombardeando o território palestino desde outubro. O exército de Israel também faz incursões por terra. O conflito, que matou centenas de israelenses e 30 mil palestinos segundo autoridades em Gaza, foi tema de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU em 25 de março.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução para um cessar-fogo imediato e temporário na Faixa de Gaza. De acordo com o texto, o cessar-fogo deveria durar os dias que restam do Ramadã, que é o período do ano sagrado para os muçulmanos, que começou em 10 de março e termina no próximo dia 9 de abril.
Os Estados Unidos (EUA), que vinham vetando resoluções que pediam o cessar-fogo imediato, se abstiveram de votar. A Rússia ainda apresentou uma emenda propondo que o cessar-fogo fosse permanente, mas a medida foi vetada pelos EUA.
A resolução aprovada foi articulada pelos dez membros não permanentes do Conselho, que não tem direito ao veto. São eles Argélia, Equador, Guiana, Japão, Malta, Moçambique, Coreia do Sul, Serra Leoa, Eslovênia e Suíça. Com isso, o texto foi aprovado com 14 votos favoráveis, nenhum contrário e uma abstenção.
Tensão entre Oriente Médio causou alta do petróleo nesta sexta
O petróleo fechou em alta nesta sexta e o Brent voltou aos US$ 90, em meio à iminência de um ataque iraniano contra Israel, que deixou a projeção de queda na demanda global pela Agência Internacional de Energia (AIE) em segundo plano. Porém, na semana, o preço recuou, diante da resiliência da inflação dos EUA, após dados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) americano em março surpreenderem para cima.
O WTI para maio fechou em alta de 0,75% (US$ 0,64), a US$ 85,66 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para junho avançou 0,79% (US$ 0,71), a US$ 90,45 o barril, na Intercontinental Exchange. Na semana, o WTI caiu 1,44% e o Brent recuou 0,79%.
Ontem, após o fechamento dos mercados, uma reportagem do Wall Street Journal disse que Israel esperava um ataque do Irã a solo israelense dentro de 48 horas. Os EUA têm oferecido apoio para que israelenses se preparem e enviaram um oficial de alto escalão do Pentágono para auxiliar nas estratégias de guerra. Em meio às tensões, o governo americano colocou a chance de ataque em alerta máximo e se comprometeu a defender Israel, enquanto o Irã ameaçou os americanos caso tentem impedir a retaliação.
Em meio às expectativas por uma invasão iraniana, os preços do petróleo contornaram o relatório da AIE, que cortou sua previsão para a alta na demanda global por petróleo este ano e disse que o ritmo de consumo deve desacelerar mais em 2025. Louis Navellier, da gestora Navellier, diz que “obviamente, se os combates aumentarem, os preços do petróleo bruto vão subir”.
“A procura mais forte do que o previsto, os cortes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a renovada incerteza geopolítica manterão os preços significativamente elevados, com algumas sugestões de que os três dígitos estão de volta à mesa”, disse Helima Croft, estrategista da RBC Capital Markets, referindo-se ao conflito entre Irã e Israel.