O período de reserva para pequenos investidores entrarem na oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Rede D’Or São Luiz (RDOR3) termina nesta sexta-feira (3).
A companhia opera a maior rede independente de hospitais privados do Brasil, com mais de 51 mil colaboradores e cerca de 87 mil médicos credenciados. O valor mínimo para entrar no IPO da Rede D’Or é de R$ 3 mil, sendo que o máximo é de R$ 1 milhão.
A rede hospitalar protocolou junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no dia 9 de outubro, o pedido de registro da oferta. A empresa busca uma operação de, inicialmente, 145.677.487 ações ordinárias, a partir de uma oferta de distribuição primária, na qual os recursos vão para o caixa da companhia; e secundária, quando os acionistas vendem partes de suas fatias.
A Rede D’Or definiu a faixa indicativa de preço de seu IPO no intervalo entre R$ 48,91 e R$ 64,35. Considerando a oferta base de ações e a mediana da faixa indicativa, de R$ 56,63, a operação pode levantar R$ 8,249 bilhões.
Por outro ângulo, em um cenário mais otimista, com a possibilidade de negociação dos lotes adicional, de até 20%, ou 29.135.497 ações; e suplementar de até 15%, ou 21.851.623; ainda de acordo com o meio da faixa indicativa, a oferta total subiria para R$ 11,137 bilhões.
Demanda supera em 3x a oferta em IPO da Rede D’OR
E tudo indica que o cenário otimista pode não deixar de ser só um cenário. De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, a demanda participar do IPO da Rede D’Or supera em mais de três vezes a sua oferta inicial.
Segundo jornal, o interesse dos investidores na operação é equivalente a um pouco mais de R$ 40 bilhões, só os estrangeiros já somam metade da demanda.
Conforme prospecto preliminar, a precificação está prevista para ocorrer no próximo dia 8 e a estreia na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) está marcado para o dia 10. Se tudo correr como o esperado, a rede hospitalar privada será listada no segmento Novo Mercado, o mais alto nível de governança da bolsa brasileira.
Mais sobre a abertura de capital
Com a oferta primária, o grupo pretende destinar os recursos para a construção de novos hospitais, expansão das unidades existentes por meio de projetos greenfield e brownfield e aquisição de novos ativos (hospitais, clínicas oncológicas, corretoras de seguros de saúde, dentre outros).
Já a oferta secundária busca dar vazão ao fundo FIP Delta; à gestora de fundos Carlyle e ao fundo soberano de Cingapura, o GIC.
A operação será coordenada por Bank of America (Coordenador Líder); BTG Pactual (BPAC11, o Agente Estabilizador); J.P. Morgan; Bradesco BBI; XP; BB Investimentos; Citi; Credit Suisse; Safra; e Santander (SANB11).
Em 2019, a Rede D’Or registrou um lucro líquido de R$ 1,191 bilhão, ante um resultado de R$ 1,179 bilhão no mesmo período do ano anterior. Na mesma base de comparação, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do grupo saiu de R$ 2,670 bilhões para R$ 3,484 bilhões. Já a receita líquida atingiu um patamar de R$ 13,319 bilhões no ano passado, contra os R$ 10,914 bilhões apurados em 2018.