O investidor que observa a nova onda de ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla em inglês) deve ficar atento e estudar se o preço da oferta está dentro de uma padrão aceitável, segundo especialistas ouvidos pelo SUNO Notícias.
Apesar da onda de cancelamentos e suspensões dos IPOs, ainda existem 42 empresas que esperam o registro da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para seguir com seus planos de oferta pública de ações na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
De acordo com Virginia Prestes, professora da finanças da FAAP, a decisão de compra de ações diretas em um IPO oferece mais dificuldades para um investidor pessoa física do que a de papéis já listados.
“O IPO acaba oferecendo mais dificuldades para investidor pessoa física pois ele tem menos informação. Ele não tem histórico de preço, o mercado ainda não deu uma referência de preço, além de balanços anteriores”, disse.
Para Prestes, o investidor necessita entender do que se trata e estudar, principalmente, a empresa e o setor onde ela atua para tirar referências e, só então, tomar a decisão de investimento.
“O investidor tem que ter muito cuidado para ver se ele não está comprando algo muito caro. O valuation é feito em algumas premissas. Então é estudar o setor e os dados da empresa que ela comunicou ao mercado para ver se os múltiplos de preços fazem sentido”, disse a professora da FAAP.
Mercado aguarda gatilho fiscal para voltar a IPO
Apesar do número elevado de IPOs no aguardo da CVM, outras dezenas de ofertas foram canceladas, principalmente nos últimos meses quando a volatilidade da Bolsa aumentou.
Se, no início, o ano parecia promissor para empresas que desejavam captar recursos via IPOs, o coronavírus (covid-19) e agora, o receio de o nível de endividamento do País saltar faz com que empresas venham suspendendo as operações com receio de captar um montante menor que o previsto.
Ao todo, 13 companhias já suspenderam seus IPOse agentes do mercado preveem que o número continue aumentando.
De acordo com especialistas ouvidos pelo SUNO Notícias, para que uma nova onda positiva de IPOs retorne ao patamar projetado no início do ano, o País precisará de uma sinalização mais forte (e definitiva) em relação ao enfrentamento da questão fiscal.