O mercado de IPO (ofertas iniciais de ações, na sigla em inglês) está no ritmo para ter seu pior ano em quase duas décadas nos Estados Unidos, o que deixa as empresas incipientes com poucas opções, a não ser queimar dinheiro enquanto esperam que o mercado de ações se acalme.
No final do ano passado, centenas de empresas estavam nos estágios finais de preparação para abrir o capital por meio do IPO, incentivadas pelos melhores 18 meses de todos os tempos para estrear na bolsa de valores dos EUA.
No entanto, logo em seguida, uma combinação de fatores – inflação altíssima, taxas de juros crescentes e invasão da Ucrânia pela Rússia – provocou ondas de choque pelo mercado de ações e o mercado das ofertas iniciais congelou.
Até agora, neste ano, os IPOs tradicionais levantaram apenas US$ 5,1 bilhões no total, mostram os dados da Dealogic. Normalmente, neste momento do ano, o montante estaria em cerca de US$ 33 bilhões, de acordo com dados da Dealogic que abrangem até 1995.
No ano passado, tais ofertas arrecadaram mais de US$ 100 bilhões.
Última ‘maré ruim’ de IPO foi em 2009
A última vez que os níveis estiveram tão baixos foi em 2009, quando os EUA estavam se recuperando das profundezas da crise financeira e o mercado de IPOs reabriu perto do final do ano.
Os consultores de IPOs dizem que não esperam que 2022 siga esse padrão, o que significa que este pode acabar sendo o pior ano para arrecadar dinheiro em IPOs desde que a Dealogic, uma empresa de pesquisa, começou a rastreá-lo em 1995.
Menos empresas abrindo o capital normalmente são vistas como más notícias para a economia e os investidores. Banqueiros e advogados que trabalham em IPO disseram que as empresas que decidem enfrentar uma estreia no mercado de ações no outono ou no início do inverno este ano podem precisar reduzir pela metade suas avaliações após dois anos de mercados em alta, onde operadores privados investiram dinheiro em empresas deficitárias com altas avaliações.
Com informações do Estadão Conteúdo
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