As ações da Enjoei (ENJU3) operam em forte baixa na manhã desta segunda-feira (9), após a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da empresa. Na última sexta-feira (6), os papéis da companhia foram precificados a R$ 10,25, e chegaram a cair 7,9% na abertura, negociados a R$ 9,44, por volta das 10h20. Enquanto isso, o Ibovespa dispara 3,5%.
O IPO da companhia inicialmente seria realizado no dia 29 de outubro, mas a direção da Enjoei decidiu postergar o prazo ampliando o período de bookbuilding. A faixa indicativa do preço das ações estava entre R$ 10,25 e R$ 13,75.
Simultaneamente, foram realizados esforços de colocação das ações na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), exclusivamente para investidores institucionais qualificados, residentes e domiciliados nos Estados Unidos. A Enjoei estima a captação líquida de R$ 514 milhões, e pretende investir da seguinte maneira:
- 30%: expansão da marca e da base de usuários da companhia;
- 20%: investimentos em políticas comerciais com foco em melhoria
de conversão e recorrência; - 25%: expansão do time para desenvolvimento do produto;
- 25%: soluções fintech.
A empresa foi fundada por Ana Luiza McLaren e Tiê Lima, em 2009, com a criação de um blog para vender peças de roupa usadas. Em poucos meses, a ferramenta foi transformada em site e, em 2012, se tornou um marketplace.
Sua consolidação no setor em que atua foi estimulada por diversos investimentos de venture capital e private equity. Atualmente, o capital social da companhia é de aproximadamente R$ 159,76 milhões, sendo que aproximadamente 30% desse montante teve orgiem nos fundadores.
A startup pode ser definida como uma plataforma marketplace C2C (Consumidor para Consumidor) de compra e venda de produtos, principamente usados, com as atenções voltadas à categoria de “moda e lifestyle”. Os fundadores permanecem na liderança da administração. Ana é presidente do conselho e Tiê é o CEO.
A receita líquida da Enjoei em 2019 foi de R$ 53,67 milhões. A geração de caixa e o lucro operacional, por sua vez, estiveram negativos nos últimos três anos. De 2017 a 2019, a empresa consumiu R$ 20 milhões do saldo inicial de caixa, restando apenas R$ 3,1 milhões ao final do período.