O clube de assinatura e e-commerce de vinhos Wine, cujo nome oficial é W2W E-commerce de Vinhos, vai realizar sua oferta oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) no dia 6 de novembro de 2020. Após a operação, a companhia será listada no segmento de alta governança da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) sob o ticker “WNBR3“.
Conforme o prospecto preliminar registrado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o IPO da Wine consistirá em uma oferta pública de distribuição primária e secundária no total de 73.700.000 ações ordinárias. Do total de papéis a serem negociados na oferta base, 57.700.000 farão parte da oferta primária, quando os recursos são destinados ao caixa da empresa; e os 16.000.000 restantes vão compor a distribuição secundária, quando os acionistas da empresa vendem parte de suas fatias no negócio.
Os principais acionistas vendedores serão o fundo de investimento Península e a Orbeat Som & Imagem, que possuem 40,96% cada um; Rogério Salume, que detém 9,02%; e Marcelo D’Arienzo, que tem 1,40% na companhia.
A empresa estabeleceu a faixa indicativa do preço das ações entre R$ 8,50 e R$ 10,50. Considerando a mediana da faixa indicativa, de R$ 9,50, e o número total de papéis da oferta base, a operação poderia movimentar R$ 700,150 milhões.
Além disso, caso haja um excesso de demanda, a operação também prevê a negociação de um lote adicional, de até 20% da oferta base, ou seja, em até 14.740.000 ações ordinárias; e um lote suplementar de até 15% da oferta base, isto é, um acréscimo de 11.055.000 ações. Nesse cenário, ainda de acordo com o ponto médio da faixa indicativa de preço, a abertura de capital da Wine poderia levantar um montante de R$ 945,202 milhões.
De acordo com a companhia, os recursos captados por meio da oferta primária serão despendidos na forma de:
- Aquisições de outras empresas;
- Investimentos em campanhas de marketing e publicidade;
- Investimentos em logística;
- Investimentos com a expansão de lojas físicas;
- Investimentos em tecnologia.
O período de reserva para a abertura de capital da Wine vai do dia 16 de outubro até dia 3 de novembro deste ano.
Simultaneamente ao IPO na B3, serão também realizados esforços de colocação das ações da empresa na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), exclusivamente para investidores institucionais qualificados (qualified institutional buyers), residentes e domiciliados nos Estados Unidos, conforme definidos na Regra 144A, editada pela Securities and Exchange Commission (SEC, o órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos).
Os bancos coordenadores do IPO da Wine serão:
- Itaú BBA (Coordenador Líder);
- Bank of America;
- BTG Pactual (BPAC11);
- XP Investimentos;
- Banco ABC (ABCB4).
Cronograma do IPO da Wine
Veja o calendário da oferta pública inicial de ações da Wine:
- Registro da solicitação na CVM – 03/09/2020
- Aviso ao mercado e disponibilização do prospecto preliminar – 08/10/2020
- Início do procedimento de bookbuilding – 09/10/2020
- Início do pedido de reserva de ações – 16/10/2020
- Encerramento do Período de Reserva – 03/11/2020
- Encerramento do processo de bookbuilding e fixação do preço por ação – 04/11/2020
- Início da negociação no Novo Mercado – 06/11/2020
- Liquidação das ações – 09/11/2020
Resultados e perfil corporativo da Wine
A W2W E-commerce de Vinhos, razão social da Wine, é um clube de assinatura de vinhos e e-commerce de vinhos. A companhia opera por meio de um modelo direto ao consumidor e uma plataforma omnicanal, que inclui assinatura, e-commerce, B2B, lojas físicas e eventos.
A empresa tem como foco o clube de assinaturas, o Clube Wine, que a companhia entende ser o diferencial para abocanhar vantagem competitiva em um mercado menos disputado em comparação ao de vendas de garrafas avulsas no e-commerce, que se tornou muito concorrido devido à baixa barreira de entrada.
De acordo com a Wine, citando dados da Ideal Consulting, o mercado de vinhos e espumantes no Brasil foi de R$ 16 bilhões em 2019 e continua a registrar um crescente aumento no consumo per capita anual.
Segundo pesquisa demográfica realizada em junho do ano passado, a base de clientes da empresa é composta por pessoas:
- que consomem pelo menos um vinho por semana (88%);
- que possuem carro próprio como principal meio de transporte (88%);
- casadas (71%);
- do sexo masculino (67%);
- com renda individual igual ou superior a R$ 6 mil mensais (67%);
- que têm filhos (66%)
- e possuem animal de estimação (50%).
A receita líquida caiu de R$ 274,419 milhões, em 2018, para R$ 252,752 milhões ao final do ano passado. Não obstante, segundo a Wine, houve uma retomada do crescimento da receita em razão da expansão da base de sócios do Clube de Assinatura. Nesse sentido, o indicador saiu de R$ 115,769 milhões referentes ao primeiros seis meses de 2019 para R$ 146,335 milhões no mesmo intervalo deste ano.
Ao mesmo tempo, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado relativo ao primeiro semestre de 2020 foi de R$ 12,4 milhões, ante resultado negativo de R$ 5,3 milhões em igual período de 2019. A companhia atribuiu o movimento ao crescimento da receita líquida, em especial no e-commerce, e à melhor racionalização das despesas com vendas. Na base anual, o Ebitda ajustado ficou negativo em R$ 7,089 milhões e em R$ 13,272 milhões, nos anos de 2018 e 2019, respectivamente.
Além disso, a Wine registrou um lucro líquido de R$ 7,549 milhões no ano passado, contra um prejuízo de R$ 21,930 milhões em 2018. Nos primeiros seis meses deste ano, a companhia apresentou uma perda de R$ 342 mil, contra um prejuízo de R$ 3.695 em igual período de 2019.