IPO da Hidrovias do Brasil (HBSA3): saiba tudo sobre a abertura de capital na B3
A Hidrovias do Brasil irá realizar sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) no dia 25 de setembro de 2020. A companhia de logística focada no transporte hidroviário havia pedido o registro para abertura de capital na Bolsa de Valores de São Paulo no último dia 30 de julho. Após a operação, as ações da da empresa serão listadas no segmento de alta governança da B3, o Novo Mercado, com o código “HBSA3”.
Conforme prospecto apresentado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o IPO da Hidrovias do Brasil consistirá em uma distribuição secundária, quando os recursos captados vão para os acionistas vendedores da operação, de, inicialmente, 399.426.570 ações ordinárias.
A venda será realizada pelos Pátria FIP Infraestrutura, Pátria Brasil FIP, HBSA FIP, AIMCo 1, AIMCo 2, Sommerville, BTO FIP, o BNDESPar — braço de investimentos direto do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) — e por acionistas vendedores pessoas físicas, considerados em conjunto.
A oferta ainda poderá ser acrescida, em caso de excesso de demanda, de um lote adicional de até 19,6%, ou seja, 78.147.595 ações; e um lote suplementar de 14,0%, equivalente a 55.986.094 ações.
De acordo com a Hidrovias do Brasil, a operação pode movimentar cerca de R$ 3,283 bilhões, visto que o preço de subscrição ou aquisição por ação estará situado na faixa indicativa de preço de R$ 7,56 a R$ 8,88. Dessa forma, o cálculo foi feito com base na mediana do intervalo, de R$ 8,22. O capital social totalmente subscrito e integralizado da empresa é de R$ 1.307.682.717,04, dividido em 748.610.665 ações ordinárias.
Atualmente, antes da operação, não há ações ordinárias de emissão da companhia de logística em circulação no mercado. Com a realização do IPO, sem considerar as ações adicionais e o exercício da opção de ações suplementares, estima-se que 760.382.643 ações ordinárias de emissão da empresa, representativas de 100% de seu capital social, estarão em circulação no mercado.
Quando consideramos as ações adicionais e o exercício da opção de ações suplementares, deveriam ser cerca de 760.382.643 ações ordinárias, representativas de 100% do seu capital social da Hidrovias.
O período de reserva do IPO da Hidrovias do Brasil vai do dia 10 de setembro até 21 deste mesmo mês.
Simultaneamente ao processo de listagem na bolsa paulista, também serão realizados esforços de colocação das ações da companhia no exterior na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), exclusivamente para investidores institucionais qualificados (qualified institutional buyers), residentes e domiciliados nos Estados Unidos, conforme definidos na Regra 144A, editada pela Securities and Exchange Commission (SEC).
Os bancos coordenadores da abertura de capital da Hidrovias do Brasil serão:
- Bank of America (Coordenador Líder)
- Itaú BBA (Agente Estabilizador)
- Santander Brasil
- Morgan Stanley
- BTG Pactual
- Citi
- Credit Suisse
Cronograma do IPO da Hidrovias do Brasil
O calendário da oferta inicial de ações da Hidrovias do Brasil é o seguinte:
- Registro da solicitação na CVM – 30/07/2020
- Aviso ao mercado e disponibilização do prospecto preliminar – 02/09/2020
- Início do procedimento de bookbuilding – 02/09/2020
- Início do pedido de reserva de ações – 10/09/2020
- Encerramento do Período de Reserva – 21/09/2020
- Encerramento do processo de precificação (bookbuilding) e fixação do preço por ação – 23/09/2020
- Início da negociação em Bolsa – 25/09/2020
- Liquidação das ações – 28/10/2020
Conheça mais sobre a Hidrovias do Brasil
Fundada em 2010 pelo fundo Pátria, a companhia se coloca no prospecto como um dos maiores prestadores de serviços de logística integrada independente com foco em logística hidroviária da América Latina.
O negócio da Hidrovias do Brasil está focado em serviços de logística hidroviária integrada, armazenamento e serviços relacionados, com contratos take-or-pay de longo prazo, assim como contratos anuais, por meio de uma base de ativos incluindo serviços de transbordo e terminais portuários e própria frota de barcaças, empurradores e navios de cabotagem.
A empresa se posiciona para atender necessidades logísticas de setores industriais, incluindo de commodities minerais, grãos e celulose, por meio de longas distâncias. A Hidrovias do Brasil opera quatro terminais portuários e atua em dois dos maiores sistemas fluviais navegáveis da América do Sul: o sistema fluvial dos rios Trombetas, Tapajós e Amazonas, ou “Corredor Norte”, e o dos rios Paraguai-Paraná, ou “Corredor Sul”. Além disso, a companhia fornece serviços de navegação costeira no Corredor Norte e ao longo do litoral brasileiro.
“Acreditamos que o transporte hidroviário é o modal mais eficiente e sustentável para o transporte de commodities nas regiões onde operamos”, salientou a empresa, no prospecto. “O sistema de transporte brasileiro ainda é altamente concentrado no transporte rodoviário, o que posiciona o país entre os menos eficientes em termos de custos logísticos”, complementou.
Em 2019, a empresa apresentou um lucro líquido de R$ 58,609 milhões, contra um resultado positivo de R$ 162,116 milhões obtido no ano anterior. Na mesma base de comparação, a dívida líquida da empresa saiu de um patamar de R$ 1,852 bilhão, em 2018, para R$ 2,031 bilhões no ano seguinte.
Ao mesmo tempo, a Hidrovias do Brasil reportou um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 449,197 milhões em 2019, ante os R$ 144,8 milhões registrados no ano anterior. Enquanto isso, a margem Ebitda da empresa oscilou de 58%, em 2018, para 48% ao final do ano passado.