IPCA tem deflação de 0,68% em julho, menor taxa desde o início da série histórica em 1980

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, apresentou uma retração de 0,68% no mês de julho, segundo dados divulgados na manhã desta terça-feira (9). Trata-se da menor taxa mensal já registrada desde o início da série histórica em 1980, diz o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Veja o Morning Call desta terça (09/08)

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Assim, o acumulado de 12 meses do IPCA cai para 10,07%, ante 11,89% registrados na leitura referente a junho. Em 2022, o IPCA acumula alta de 4,77%. O consenso dos analistas esperava uma retração de 0,65% para o indicador, ou seja, a queda do IPCA ficou ligeiramente acima do esperado.

A retração de julho foi produzida, em grande parte, pelas reduções nos preços dos combustíveis anunciadas pela Petrobras nas últimas semanas e por medidas legislativas que desoneraram os próprios combustíveis.  A queda de 15,48% do item gasolina impactou negativamente o IPCA de julho em 1,04 ponto percentual. Não à toa, o grupo Transportes foi o que mais caiu: -4,51%.

Entre os grupos que subiram no IPCA de julho, o segmento de alimentação e bebidas se destaca com alta de 1,3% nos preços. Segundo o IBGE, essa alta foi puxada pelo preço do leite longa vida, que subiu mais de 25%, e também pelos derivados do leite como queijo (5,28%) e manteiga (5,75%).

Além disso, os segmentos de saúde e vestuário também apresentaram alta, enquanto transportes e habitação puxaram o índice para baixo.

Impacto dos combustíveis no IPCA

Segundo os especialistas do IBGE, essa queda da inflação sofre o impacto da redução nos combustíveis feita pela Petrobras (PETR4) recentemente. Pedro Kislanov, gerente da pesquisa do IPCA, afirma que essa mudança impactou toda a cadeia de preços.

“A Petrobras no dia 20 de julho anunciou uma redução de 20 centavos no preço médio do combustível vendido para as distribuidoras. Além disso, nós tivemos também a Lei Complementar 194/22, sancionada no final de junho, que reduziu o ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações. Essa redução afetou não só o grupo de transportes, mas também o de habitação, por conta da energia elétrica. Foram esses dois grupos, os únicos com variação negativa do índice, que puxaram o resultado para baixo”, afirma.

Os preços da gasolina caíram cerca de 15% ante uma queda de cerca de 11% do etanol, segundo o IBGE. O gás veicular, por sua vez, caiu 5,6%.

Assim, o instituto frisa que a gasolina, individualmente, “contribuiu com o impacto negativo mais intenso” no IPCA.

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Inflação de julho por segmento

  • Alimentação e Bebidas: +1,3%
  • Habitação: -1,05%
  • Artigos de Residência: +0,12%
  • Vestuário: +0,58%
  • Transportes: -4,51%
  • Saúde e cuidados pessoais: +0,49%
  • Despesas pessoais: +1,13%
  • Educação : +0,06%
  • Comunicação: +0,07%

Em termos de região, as três cidades que com preços estudados pelo IBGE e com as maiores quedas do IPCA foram Goiânia (-2,12%), Curitiba (-1,41%) e Grande Vitória (-1,31%).

Os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mostram uma baixa de 0,60% em julho, sendo também a menor variação registrada desde o início da série histórica, iniciada em abril de 1979.

Os dados mostram que o índice acumula alta de 4,98% no ano e de 10,12% nos últimos 12 meses.

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Eduardo Vargas

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