O Itaú Unibanco informou, nesta sexta-feira (10), que a taxa básica de juros (Selic) do Brasil deverá sofrer novos cortes neste ano. Para o banco, a Selic deverá encerrar o ano em 4,00%.
Em dezembro do ano passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) realizou um novo corte de 0,5 ponto percentual na taxa. Com isso, atualmente a Selic está em 4,50% ao ano, menor nível histórico.
Além disso, o banco divulgou sua previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2020. De acordo com o Itaú, a inflação deverá variar 3,50% neste ano.
A previsão apontada pelo banco para o IPCA deste ano está abaixo da meta do governo federal, que é de 4,00%.
Segundo a economista sênior do Itaú, Julia Araujo, os preços das carnes deverão apresentar deflação já neste mês de janeiro. A alta das carnes foi o principal fator para a alta da inflação no final do ano passado.
“A expectativa é parte dessas altas fortes do fim de 2019 se revertam em parte, o que, junto com a queda do dólar, nos faz adicionar um viés de baixa à nossa projeção (para o IPCA de 2020)”, afirmou a economista.
A previsão do banco foi divulgada após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informar que a inflação subiu 4,31% em 2019. O resultado está acima do que era esperado pelo Banco Central (BC).
Mesmo com a alta, Araujo salientou que a inflação relacionada aos serviços e bens industriais ficou “bem comportada” no ano passado. A alta deste segmento foi de 2,9%, no entanto, a meta do BC era de 4,25%.
IPCA em 2019
O IBGE informou nesta sexta-feira que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,15% em dezembro, após ter avançado 0,51% no mês anterior. Dessa forma, o principal indicador do aumento dos preços no País atingiu 4,31% em 2019, ultrapassando o centro da meta estipulada pelo governo, que era de 4,25%.
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Este foi o maior resultado do IPCA para um mês de dezembro desde 2002, quando o avanço foi de 2,10%. Em 2018, o aumento dos preços foram na ordem de 0,15%.
Segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central (BC), os especialistas das principais instituições financeiras do País esperavam uma variação de 4,13% no IPCA em 2019. Para a Selic, os especialistas ouvidos pelo BC prevêem que a taxa continue em 4,50% ao ano.