IPCA: Inflação pode ficar acima de 1% em novembro; veja quem são os possíveis ‘vilões’

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE) divulga nesta sexta-feira (10) o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA – índice oficial da inflação no Brasil – para o mês de novembro.

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No mercado financeiro,  a expectativa é de que o aumento de preços possa ficar acima de 1% pela terceira vez consecutiva. O índice marcou alta de 0,87% em agosto, 1,16% em setembro e 1,25% em outubro. No ano de 2021, acumula alta de 8,23% e, nos últimos 12 meses, de 10,67%.

Para o coordenador do departamento econômico do Banco ABC Brasil, Daniel Xavier, ao SUNO Notícias, “o IPCA deve continuar pressionado na leitura de novembro, com taxa acima do padrão sazonal”.

Segundo o gestor, a expectativa é de um avanço de 1,12% no índice. Por causa da alta da gasolina, têm destaque os preços administrados, ou seja, aqueles que são definidos por órgão público e não respondem às pressões de oferta ou demanda, como preço dos combustíveis, da passagem de ônibus e da energia.

“Além disso, esperamos aceleração em bens industriais, puxados por etanol e automóvel, tanto novo como usado. No geral, a recomposição de preços no segmento de serviços tem sido acompanhada por pressões persistentes em bens industriais, com mais um vetor de alta vindo de preços administrados”, afirmou.

Para o economista, o IPCA de 12 meses acumulado até o mês de novembro deve chegar a 10,92% e marcar o pico da inflação. A partir daí, o medidor da inflação deve começar trajetória de queda.

Relatório do Itaú BBA também destaca a pressão que os problemas na cadeia de suprimento podem ter para a alta dos preços.

“O choque de bens industriais ligado a gargalos de produção mostra maior persistência, intensificando também os efeitos secundários sobre demais preços na economia, principalmente em serviços”, reforça.

Já a Modalmais destaca que o processo de flexibilização das medidas restritivas contra a disseminação da covid-19 em alguns Estados contribuem para o avanço dos preços de serviços.

“Na direção oposta, podemos encontrar um alívio de curto prazo nos alimentos em domicílio, em grande parte puxado por uma queda pontual no preço das carnes”, indica.

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Como o mercado projeta o IPCA

De acordo com o boletim Focus, do Banco Central, a mediana das projeções para o IPCA de novembro quase dobrou em um mês: se no início de outubro, o mercado esperava um avanço de 0,60% nos preços de novembro, na semana passada, a projeção passou para 1,07%.

Para dezembro, entretanto, o mercado projeta uma desaceleração do índice ainda que positivo, com avanço de 0,72%, redução de 0,03 p.p. em relação à semana passada. Assim, o índice terminaria os 12 meses de 2021 tendo avançado 10,18% no ano.

Já segundo levantamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), as estimativas do Grupo Consultivo Macroeconômico para o IPCA de novembro ficou em 1,08%.

A previsão foi feita após divulgação do último IPCA-15, que saiu dia 25 de novembro, e representa um reajuste para o IPCA de novembro de 0,07 ponto percentual acima da previsão feita 15 dias antes.

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Pedro Caramuru

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