A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de março foi de 0,93%, depois de ter avançado 0,86% em fevereiro. Esse é o maior resultado para um mês de março desde 2015, quando foi registrada inflação de 1,32%. Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 6,10%, acima dos 5,20% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Portanto, o índice apresentou uma aceleração, visto que, em janeiro havia registrado alta de 0,25%, no mês seguinte 0,86%% e em março 0,93%. No mesmo período no ano passado, a taxa foi de 0,07%. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na análise do banco Original, o resultado veio abaixo das expectativas para o mês, mas o comportamento da inflação brasileira continua no centro das preocupações.
Segundo o relatório da instituição, o aumento da liquidez internacional, os preços das commodities, o real ainda desvalorizado, os inúmeros estímulos fiscais que têm sido implementados em diversas economias e o aumento dos ruídos fiscais no Brasil elevam a possibilidade de que o IPCA continue pressionado ao longo dos próximos meses.
Portanto, para o banco, “o resultado, em linhas gerais, não deve alterar o plano de voo do Banco Central”, ou seja, a sinalização de um novo aumento na taxa básica de juros (Selic) permanece.
Para o Goldman Sachs, a inflação ainda não está fora de controle, mas exige ser monitorada de perto. Na visão do banco, a inflação hoje dá ao Banco Central “algum conforto relativo”.
Confira o desempenho da inflação em grupos de produtos
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em março. O maior impacto veio do grupo Transportes que acelerou frente a fevereiro.
Confira as variações dos grupos de novembro a dezembro:
- Alimentação e Bebidas (0,27% para 0,13%)
- Habitação (0,40% para 0,81%)
- Artigos de Residência (0,66% para 0,69%)
- Vestuário (0,38% para 0,29%)
- Transportes (2,28% para 3,81%)
- Saúde e Cuidados Pessoais (0,62% para -0,02%)
- Despesas Pessoais (0,17% para 0,14%)
- Educação (2,48% para -0,52%)
- Comunicação (-0,13% para -0,07%)
Para o cálculo do IPCA, foram comparados os preços coletados no período de 2 a 29 de março de 2021 (referência) com os preços vigentes no período de 29 janeiro a 1° de março de 2021 (base).