A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou 2020 com alta de 4,52%, acima dos 4,31% registrados em 2019. Trata-se da maior taxa acumulada no ano desde dezembro de 2016, quando havia registrado 6,29%.
Com o resultado, o IPCA do ano ficou acima do centro meta, definido pelo Conselho Monetário Nacional, que era de 4,0%, mas dentro da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo (2,5%) ou para cima (5,5%). Os dados foram divulgados nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já a taxa em dezembro subiu 1,35% o, após ter avançado 0,89% em novembro. Essa é a maior variação mensal desde fevereiro de 2003 (1,57%) e o maior índice para um mês de dezembro desde 2002 (2,10%).
Portanto, o índice apresentou uma aceleração, visto que, em outubro havia registrado alta de 0,86%, no mês seguinte 0,89% e em dezembro 1,35%. No mesmo período no ano passado, a taxa foi de 1,15%.
Na análise da economista da XP Investimentos, Lisandra Barbero, o IPCA em dezembro subiu acima do que era esperado, uma taxa de 1,24%.
“As maiores surpresas em alta vieram de bens industriais. A inflação das tarifas bancárias acima do esperado também contribuiu para uma pequena surpresa inflacionária vinda dos serviços”, informou Barbero.
Ademias, a economista disse que o “câmbio mais pressionado nos últimos dias também pode pressionar um pouco o IPCA nos primeiros meses de 2021”.
IPCA em grupos de produtos
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, todos apresentaram alta em dezembro. O maior impacto veio do grupo Habitação que acelerou frente a novembro.
A segunda maior contribuição veio de Alimentação e bebidas. Na sequência, vieram os Transportes. Juntos, os três grupos mencionados representaram 80% do impacto total de dezembro.
Segundo o gerente de pesquisa do IBGE, Pedro Kislanov, explicou que esse crescimento, o maior desde 2002, foi provocado, entre outros fatores, pela demanda por esses produtos, a alta do dólar e do preços das commodities no mercado internacional. Foi um movimento global de alta nos preços dos alimentos, num ano marcado pela pandemia de covid-19.
Confira as variações dos grupos de novembro a dezembro:
- Alimentação e Bebidas (2,54% para1,74%)
- Habitação (0,44% para 2,88%)
- Artigos de Residência (0,86% para 1,76%)
- Vestuário (0,07% para 0,59%)
- Transportes (1,33% para 1,36%)
- Saúde e Cuidados Pessoais (-0,13% para 0,40%)
- Despesas Pessoais (0,01% manteve em 0,65%)
- Educação (-0,02% para 0,48%)
- Comunicação (0,29% para 0,39%)
Para o cálculo do IPCA de novembro, foram comparados os preços coletados no período de 28 de novembro a 29 de dezembro de 2020 (referência) com os preços vigentes no período de 28 de novembro a 29 de dezembro de 2020 (base).
