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IPCA: especialistas esperam mais 2 meses de deflação

Inflação- Foto: Marcello Casal jr/Agência Senado

Inflação- Foto: Marcello Casal jr/Agência Senado

Nesta terça-feira (11) pela manhã foi divulgado o IPCA, Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o principal índice para mensurar a inflação. Os dados do IBGE mostraram uma deflação de 0,29% no acumulado de setembro, o terceiro mês seguido de retração do índice.

Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, comenta que há possibilidade de mais um ou dois meses de queda do IPCA e deflação.

“A inflação de curto prazo continua se beneficiando das medidas fiscais que o governo adotou há uns meses, que foi a redução da alíquota do ICMS para algumas categorias. A deflação já era esperada pelo mercado. Sabemos que esse é um efeito temporário. O mercado esperava deflação de 0,33% e a taxa foi de 0,29%. Conforme o tempo passa e o mercado se acomoda a esse benefício fiscal, a tendência é de que a gente comece a ver a inflação novamente”, afirma.

Podemos ter mais deflação por causa da política monetária nos EUA e Europa. Essa política agressiva tende a diminuir a inflação global e isso certamente irá beneficiar a nossa inflação aqui. Não acredito em recorrência de mais meses de deflação. Vamos voltar a ter uma aceleração de preços por mais que seja num ritmo menor do que vimos nos últimos meses”, segue.

O especialista ainda adiciona que, segmentando o índice, alimentos, transportes e administrados vieram dentro do esperado com o efeito da recente redução da tarifa de combustíveis.

O economista e especialista em alocação de investimentos da Warren, Carlos Macedo, afirma que o número reportado pelo IBGE ‘veio levemente acima do consenso de mercado ‘.

“Está claro que o pior da inflação já passou e a questão agora é acompanhar a velocidade da melhora. Na ponta, os núcleos de inflação estão rodando próximo de 5%, bem melhor do que alguns meses atrás, mas ainda acima da meta de inflação“, afirma.

“O número não deverá mudar a sinalização de manutenção da taxa básica de juros pelo Banco Central, que continuará monitorando a inflação de serviços, expectativa de inflação e indicadores de atividade“, conclui.

Veja o IPCA por setores

O IPCA no acumulado de 2022 tem alta de 4,09% e, nos últimos 12 meses, de 7,17%, abaixo dos 8,73% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2021, a variação havia sido de 1,16%.

Na leitura de setembro, o índice mostra:

O IPCA de outubro deve ser divulgado na primeira quinzena de novembro.

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