O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarou que é possível ver a inflação, mensurada pelo IPCA, convergindo para a meta em um ‘movimento mais longo’.
Segundo Campos Neto, esse movimento é visto mesmo que a média dos núcleos do IPCA tenha ‘começado a apontar um pouco para cima’.
“O Banco Central está atento a esse movimento, é importante entender o que está acontecendo, mas até agora a gente tem sido capaz de ter um crescimento maior do que o esperado, com números de mão de obra muito bons, muito satisfatórios, ainda sem uma pressão muito grande na parte de serviços, mas a gente começa a ver que tem uma pressão”, disse.
Campos Neto participou de audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (13).
O presidente do BC ainda observou que existe um debate sobre se a mão de obra apertada gera inflação ou não e como afeta a parte de serviço.
BC precisa mirar sempre na meta
Durante a audiência, Campos Neto também declarou que a autoridade monetária precisa ‘sempre estar atenta à missão de cumprir a meta de inflação‘.
Em sua fala, ele observou que o Brasil passou a ter as mesmas regras de demais países – especialmente do G20 – ao adotar a meta contínua de inflação.
“A gente tem uma meta, um centro da meta, um intervalo de tolerância, e é importante que o Banco Central esteja sempre atento nessa missão de cumprimento (da meta)”, disse, durante a audiência.
Além disso o presidente do BC citou o impacto das expectativas de inflação.
“É importante você olhar o que as pessoas esperam de inflação na frente. Além disso, quando as pessoas têm uma expectativa de inflação alta na frente, ela se reverbera em aumentos, em antecipação de aumento de inflação, que acaba afetando a inflação corrente”, disse.
“O Banco Central avalia bastante esse processo de ancoragem. Quando a inflação está ancorada, a gente tem um custo de combater a inflação que é muito menor, muito mais linear. Ele é muito menor e muito mais eficiente”, concluiu.
Mercado espera 4,2% de IPCA neste ano
Conforme a edição mais recente do Boletim Focus, a expectativa do mercado financeiro para o IPCA deste ano é de 4,20%, sendo a 4ª semana consecutiva de elevação das projeções. Para o ano de 2025 a projeção foi cortada para 3,97%.