IPCA: Bradesco Asset corta projeção para 3,6%
Em novo relatório, a Bradesco Asset reduziu a projeção para o IPCA de 2024, de 3,7% para 3,6%.
A tese da casa é de que os preços de bens não serão uma pressão no IPCA em razão de uma demanda ainda fraca.
Alimentos também contribuíram para a revisão para baixo na projeção do IPCA, porém a Bradesco Asset tem uma visão mais cautelosa para esse segmento.
“Apesar de dados benignos no curto prazo, como elevado nível de abate de bovinos e queda nos preços de alguns cereais, entendemos que o segundo semestre ainda pode trazer desafios para diversas culturas”, diz.
O time de análise macroeconômica da gestora, contudo, segue olhando para os efeitos dos serviços subjacentes diante do aperto no mercado de trabalho.
A projeção para serviços subjacentes é 4,3%, com impacto compensado por uma inflação de bens industrializados de 1,5% e 4,0% para alimentação no domicílio.
Itaú espera 3,6% de IPCA
O Itaú também revisou seu cenário macroeconômico recentemente, passando a projetar um IPCA de 3,6% em 2024, mas com composição pior em relação às últimas estimativas.
Agora a visão é de uma dinâmica mais pressionada de serviços subjacentes.
“Os fundamentos para a inflação de serviços (mercado de trabalho e reajustes salariais) seguem indicando pressão altista para o grupo. Enquanto parte da piora em serviços subjacentes divulgada no IPCA-15 de fevereiro tende a ser pontual (serviços bancários), serviços ligados à mão de obra devem seguir pressionados ao longo do ano”, diz o time de pesquisa macroeconômica do banco.
“O balanço de riscos para nossa projeção de 2024 é simétrico. De um lado, o aumento do aporte da Eletrobras pode reduzir os reajustes de energia esse ano. Por outro lado, o mercado de trabalho apertado pode pressionar ainda mais os salários e, consequentemente, a inflação de serviços”, conclui a casa com o IPCA.