O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,53% em junho, frente a um avanço de 0,83% em maio, segundo informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (8).
O resultado do IPCA ficou abaixo da mediana das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, calculada em 0,59%.
O intervalo ia de 0,52% a 0,79%. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 3,77%. Em 12 meses, o resultado foi de 8,35%, perto do piso das projeções dos analistas, que iam de 8,34% a 8,63%, com mediana de 8,40%.
No acumulado de 2021, o índice acumula avanço de 3,77% e, nos últimos 12 meses, de 8,35%, acima dos 8,06% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho do ano passado, a variação mensal havia sido de 0,26%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta de preços em junho. O maior impacto veio do grupo Habitação, cujos preços subiram 1,10%. Na sequência, vieram Alimentação e bebidas (0,43%) e Transportes (0,41%).
A maior variação no mês (1,21%) foi do grupo Vestuário, que subiu em relação ao mês de maio (0,92%) e contribuiu com 0,5 ponto percentual. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,12% em Comunicação e a alta de 1,09% em Artigos de residência.
“O IPCA veio bem pouco abaixo do esperado, o que é positivo. Pela frente, tendência é de desaceleração, apesar do impacto das tarifas elétricas em julho ainda ser alto”, comenta João Beck, economista e sócio da BR Advisors.
“A projeção para prazos mais longos ainda está acima da meta do BC, o que mantém a tese no último comunicado de aumentos maiores na taxa de juros.”
IPCA é pressionado por energia elétrica
De acordo com o IBGE, dentro do grupo Habitação, o maior impacto veio da energia elétrica, que avançou 1,95%.
Por mais que o item tenha desacelerado em comparação a maio (5,37%), a crise hídrica fez com que a conta de luz respondesse, de forma isolada, a 0,09 ponto percentual do IPCA em junho.
“A energia continuou subindo muito por conta da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que passou a vigorar em junho e acrescenta R$ 6,243 à conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos”, acomentou o analista da pesquisa, André Filipe Guedes Almeida.
Em Transportes, os combustíveis subiram 0,87%, e registram alta de 43,92% nos últimos 12 meses. O impacto na inflação brasileira acompanha a disparada dos preços do petróleo no mercado internacional.
Na categoria, novamente, o maior impacto ao IPCA veio da gasolina, que avançou 0,69% no mês passado, após um aumento de 2,87%. A queda é resultante, também, da valorização do real frente ao dólar no período.
Com informações do Estadão Conteúdo.