IPCA: Agosto tem deflação de 0,36% com queda de preço da gasolina

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, mostrou uma retração de 0,36% no acumulado do mês de agosto, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (9). O resultado é o menor para o mês desde 1998.

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Com a divulgação do IPCA de agosto, o acumulado dos últimos fica em 8,73%. Trata-se do segundo mês consecutivo de deflação.

O analista CNPI e fundador da Eu Me Banco, Fabio Louzada, destaca que o dado veio em linha com as projeções de mercado.

“A expectativa do mercado girava em torno de deflação de -0,40%. Essa deflação ainda é decorrente da decisão do governo em relação à redução do ICMS sobre combustíveis e energia. Trata-se de um alívio temporário que se dá por conta dessas medidas que proíbem estados de cobrarem taxa superior à alíquota geral de ICMS, que varia de 17% a 18% dependendo do local”, analisa.

O especialista comenta que a expectativa é que o IPCA encerre o ano a 6,61%, acima tanto da meta de 3,5% como do teto de 5%.

Segundo o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, o a deflação de 1,27% em energia elétrica, por conta da redução das alíquotas de ICMS, explica, essa queda do IPCA.

“Também houve aceleração [da inflação] de alguns grupos, como saúde e cuidados pessoais (1,31%) e vestuário (1,69%), e a queda menos forte do grupo de transportes em agosto. No mês anterior, os preços da gasolina, que é o item de maior peso no grupo, tinham caído 15,48% e, em agosto, a retração foi menor (de 11,64%)”, comenta.

Segundo os dados oficiais, o segmento de transportes foi o que pesou mais sobre o índice de inflação, dada a retração de 3,37% no mês. O IBGE revela que o segmento contribuiu com 0,72 ponto percentual do IPCA.

Além da queda de preço da gasolina, outros combustíveis apresentaram retração com as medidas recentes. No acumulado de agosto, o gás veicular caiu 2,12%, enquanto o óleo diesel caiu 3,76% e o etanol, 8,67%.

Veja as variações do IPCA em agosto por segmento

  • Alimentação e bebidas: 0,24%
  • Habitação: 0,10%
  • Artigos de Residência: 0,42%
  • Vestuário: 1,69%
  • Transportes: -3,37%
  • Saúde e Cuidados Pessoais: 1,31%
  • Despesas Pessoais: 0,54%
  • Educação: 0,61%
  • Comunicação: 1,10%

Louzada aponta que, dentre os segmentos, há influências de produtos específicos. No caso da alimentação, foi registrada uma mudança nos preços do leite longa vida, ao passo que as passagens aéreas caíram 10,8% com fatores recentes e sazonais.

“O preço do leite longa vida caiu 1,78%, sendo um produto que subiu muito nos últimos meses, mas agora desacelerou. Com o fim da entressafra, os preços podem melhorar ainda mais. Por mais que os preços tenham caído, ainda seguem altos”, comenta.

“O mesmo aconteceu com o preço das passagens aéreas, que haviam subido muito nos últimos meses, principalmente em julho, mês de férias escolares. A queda do querosene da aviação [feita pela Petrobras, nas últimas semanas] também influenciou “, completa.

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Queda de preço da gasolina segue em setembro

Com retração nos preços do petróleo, a queda no preço da gasolina segue em setembro. Ainda no dia 1º do mês a Petrobras (PETR4) anunciou uma nova redução.

O preço do combustível vendido às distribuidoras foi reduzido em 7,08%, sendo praticado desde sexta (2). Agora, o litro custa R$ 3,28 para as distribuidoras, ante um preço anterior de R$ 3,53 – uma redução de R$ 0,25.

Assim, além dos cortes nos impostos aos combustíveis, que impactaram o IPCA, o preço de repasse às distribuidoras também segue tendência de queda.

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Eduardo Vargas

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