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IPCA-15 sobe para 0,35% em setembro; aumento de preços na gasolina foi principal fator da alta

“Tudo indica uma inflação mais alta nos próximos meses”, dizem especialistas; onde investir?

“Tudo indica uma inflação mais alta nos próximos meses”, dizem especialistas; onde investir? Foto: iStock

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou uma alta no mês de setembro de 0,07 ponto percentual (p.p.) em relação ao mês de agosto. A indicador, considerado uma prévia da inflação, registrou 0,35% no nono mês do ano, ante 0,28% em agosto. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (26) pela manhã.

O maior impacto no índice dessa vez veio do setor de Transportes, com uma variação de 2,02% influenciando em 0,41 p.p. o resultado. O motivo: a alta da gasolina, de 5,18% no mês.

Com esses dados, o IPCA-15 acumula uma alta de 3,47% no ano. Já no período de 12 meses, essa alta equivale a 5,00%. Nos 12 meses imediatamente anteriores, essa diferença era de 4,24%.

Em setembro de 2022, a taxa registrada era de -0,37%.

“A inflação veio bem comportada, os núcleos de maneira geral desaceleraram em setembro. O que fez a inflação subir foram os grupos de Habitação e Transportes, o primeiro por conta de um aumento de tarifas em algumas capitais e o segundo pela alta da gasolina“, comenta Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos.

Além disso, “o resultado veio levemente abaixo das expectativas (+0,37%)”, ressalta Renan Suehasu, planejador financeiro e sócio da A7 Capital.

Gasolina puxa grupo de Transportes; Alimentos e bebidas são a maior queda do IPCA-15

Dos nove grupos analisados, seis deles apresentaram alta em setembro. O maior impacto, de Transportes, influenciou em uma variação de 2,02%, com um impacto de 0,41 p.p. no IPCA-15. No sentido contrário, Alimentos e bebidas teve uma contribuição de -0,16 p.p., com uma queda de 0,77% no mês.

Em relação ao mês anterior onde foi visto uma aceleração em Habitação com o aumento das contas de energia, em setembro o grupo desacelerou, impactando em 0,05 p.p. e alta de 0,30%.

GrupoVariação em Agosto (%)Impacto (em p.p.)
Índice Geral0,350,35
Alimentação e bebidas-0,77-0,16
Habitação0,300,05
Artigos de residência-0,47-0,02
Vestuário0,410,02
Transportes2,020,41
Saúde e cuidados pessoais0,170,02
Despesas pessoais0,0,350,04
Educação0,050,00
Comunicação-0,15-0,01
Fonte: IBGE

A queda no preço de Alimentação e bebidas foi principalmente impactada por um recuo geral no preço da alimentação no domicílio, de -1,25%. Produtos como a batata-inglesa, cebola, feijão carioca, leite e carnes registraram quedas significativas em seus preços, impulsionando a redução.

“A deflação em alimentos deve continuar porque ainda teremos o repasse do preços agrícolas do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) para o IPCA”, lembra a economista-chefe da B.Side

Do outro lado, o grupo de transportes viu a alta da gasolina (de 5,18%) impactar, após o reajuste de preços anunciado pela Petrobras (PETR4) há dois meses atrás, mas que veio refletir agora.

No segmento, o diesel (17,93%) e o gás veicular (0,05%) também subiram, enquanto o preço do etanol caiu em 1,41%. “Apesar do Diesel apresentar uma alta nominalmente maior, a gasolina tem mais peso e impacto no indicador”, explicou Suehasu.

Passagens aéreas (+14,8%), principalmente devido ao encarecimento do querosene de aviação, táxis (0,19%) e ônibus intermunicipais (1,05%) também tiveram reajustes positivos que puxaram o subsetor de transportes públicos para cima no resultado do IPCA-15 de setembro. A alta é motivada pelo aumento do querosene de aviação que encarece as passagens.”

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