O Índice de Preços ao Consumidor, o IPC, teve um crescimento de 1,02% em julho em relação ao mês de junho, segundo dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que mede a inflação na cidade de São Paulo.
O resultado superou o teto das previsões do Projeções Broadcast, que iam de altas de 0,84% a 1,01%, com mediana de 0,93%, e foi a maior taxa para o mês desde 2001. Em junho, a alta mensal havia sido de 0,81%.
No acumulado em 12 meses até julho, a alta registrada foi de 9,79%, acima do teto das previsões, que iam de 9,61% a 9,79%, com mediana em 9,70%. Nos últimos 12 meses, o componente que mais subiu foi Alimentação, 15,10%; seguido por Transportes (14,43%); e Saúde (8,39%). Habitação teve alta de 7,52%; Despesas Pessoais, de 6,72%; Vestuário, de 2,76%; e Educação, de 2,88%.
Veja abaixo como ficaram os componentes do IPC-Fipe no mês de julho:
- Habitação: 1,28%
- Alimentação: 1,52%
- Transportes: 0,79%
- Despesas Pessoais: 0,69%
- Saúde: 0,18%
- Vestuário: 0,38%
- Educação: 0,20%
- Índice Geral: 1,02%
Na comparação mensal, ganharam força em julho os componentes de Habitação (de 1,27% em junho a 1,28%); Alimentação (de 0,09% a 1,52%); e Educação (0,13% a 0,20%). Por outro lado, perderam força Transportes (de 1,11% a 0,79%); Despesas Pessoais (0,99% a 0,69%); Saúde (de 0,86% a 0,18%); e Vestuário (0,50% a 0,38%).
Além do IPC-Fipe, IPC-S deve quebrar recorde
O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) deve desacelerar de 0,92% para 0,70% em agosto, mas renovar o pico no acumulado em 12 meses, de 8,76% para 8,93%, estima o coordenador do indicador da Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti.
Como reflexo de problemas climáticos, Picchetti elevou a projeção para o resultado anual de 5,90% para 6,40%.
“Entre junho e julho, tivemos novidades relevantes para a dinâmica da inflação. E as duas principais são climáticas”, explica o coordenador.
“De um lado tem a seca, que está se delineando como preocupante, por todas as declarações do pessoal de energia. E do outro lado geadas, com perspectiva de comprometer a oferta de alguns alimentos.”
Além dos obstáculos relacionados ao clima, Picchetti afirma que os dados de núcleo e difusão caracterizam uma inflação que não está mais restrita a poucos itens.
Apesar de ficar estável entre junho e julho (0,43% para 0,42%), o núcleo avançou de 3,50% para 3,67% no acumulado em 12 meses. A difusão, por sua vez, acelerou na margem, de 63,55% para 64,52%.
O arrefecimento no IPC-S de agosto deve ser puxado pelos alívios em passagem aérea e tarifa de eletricidade residencial, que registraram altas significativas em julho (13,11% e 7,80%, respectivamente).
Com informações do Estadão Conteúdo