Investor day da Auren (AURE3): o que o BTG achou do evento? Analistas recomendam compra das ações

Após investor day, o BTG Pactual reiterou recomendação de compra para as ações da Auren (AURE3), com preço-alvo de R$ 15,00. Em relatório, o banco afirma que a empresa tem uma visão otimista sobre os preços de energia, projetando avanços após um cenário de baixa nos últimos 2 anos. 

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Segundo o BTG, a Auren conseguiu garantir contratos de compra de energia a valores mais altos para os próximos anos (2024-26) quando o preço estava em R$165/MWh, com uma estratégia de proteção contra possíveis aumentos futuros.

“As sucessivas decepções com as chuvas elevaram o preço de 2024 para R$165/MWh em março (de uma mínima de R$66/MWh em setembro de 2023), em linha com a visão da Auren do custo marginal de expansão de R$150 R$ 160/MWh”, explicam os analistas do BTG. 

Nos últimos anos, um dos principais temas no setor tem sido o excesso de energia. Neste contexto, Fabio Zanfelice, CEO da Auren, comparou, durante o investor day, dados de março de 2023 com dados atuais para argumentar que a expansão descontrolada de projetos renováveis agora é menos preocupante. 

“Dos 40GW aprovados para comissionamento em 2026, 37GW tinham contratos de transmissão, 25GW eram projetos solares não iniciados e 12,5GW ainda estavam nas mãos dos desenvolvedores. Após o ‘Dia do Perdão’ da ANEEL, apenas 37GW (com data de operação comercial esperada até 2026) foram autorizados, dos quais apenas 35GW têm contratos assinados”, explica o BTG. 

No entanto, dos 35GW, 16GW ainda não começaram a construção e 13GW ainda estão nas mãos dos desenvolvedores do projeto (com o risco de perder subsídios).

Para 2028, estima-se que a geração hidrelétrica será de 26GW ao meio-dia, subindo para quase 65GW às 18h. A maior volatilidade intradiária de preços esperada deste novo cenário deve beneficiar os geradores hidrelétricos, pois eles fornecem flexibilidade ao sistema quando a geração renovável não pode atender à demanda de pico.

Auren: empresa permanece otimista com Leilão de Reserva de Capacidade 

Segundo o BTG, a Diretora de Assuntos Regulatórios da Auren, Priscila Lino, permanece otimista em relação ao leilão de reserva de capacidade, marcado para 30 de agosto. 

A executiva afirma que a inclusão de hidrelétricas é um grande passo para reconhecer o valor dos serviços de flexibilidade fornecidos pelos geradores hidrelétricos. No entanto, as diretrizes gerais, a previsão de demanda total para o leilão, a segregação entre térmicas e hidrelétricas e os detalhes do produto a ser oferecido (idealmente inferior ou igual a 6 horas) ainda não estão claros. 

Sobre a agenda regulatória, a Auren Energia vê que ocorreu pouco progresso no ano passado, quando o setor foi inundado por eventos pontuais, incluindo o blecaute de 15 de agosto e a aprovação do projeto de lei de energia eólica offshore. 

Para a Auren, existe uma necessidade urgente de redução de custos para os consumidores, especialmente em termos de energia e tarifas. Oportunidades para reduzir as tarifas incluem:

  • Fim dos contratos regulamentados para TPPs de óleo e seus respectivos subsídios CDE.
  • Recontratação flexível de TPPs a gás natural.
  • Fim dos contratos PROINFA em 2026-30.
  • Taxas cobradas para renovação de concessões de geração e transmissão.
  • Pagamentos antecipados da Eletrobras (ELET3) destinados ao fundo CDE, que poderiam gerar economias adicionais.

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Lucro da empresa cai 95,6% no 4T23

A Auren registrou lucro líquido de R$ 107,6 milhões no quarto trimestre de 2023, uma queda de 95,6% ante o mesmo intervalo do ano anterior.

Segundo a companhia, o resultado da Auren no 4T23 foi fortemente impactado por efeitos não operacionais, como impairment de R$ 230,9 milhões e a reversão de provisão para litígios e baixas judiciais, no valor de R$ 136,7 milhões, além do imposto de renda e contribuição social, que impactaram positivamente o quarto trimestre de 2022, devido à indenização relacionada a usina hidrelétrica de Três Irmãos.

Em 2023, a empresa teve um prejuízo de R$ 317,7 milhões, revertendo lucro de R$ 2,67 bilhões visto um ano antes.

No quarto trimestre, a receita líquida da Auren subiu 14,7% na base anual, para R$ 1,7 bilhão, enquanto no ano passado a linha atingiu R$ 6,18 bilhões, uma elevação de 7,4% ante 2022.

Já o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 508,1 milhões no quarto trimestre do ano passado, valor 4,8% menor que o visto um ano antes. Em 2023, o lucro operacional subiu 9,7% na base anual, a R$ 1,79 bilhão

Desempenho operacional da Auren

Focada em energia renovável, a empresa tem basicamente três fontes de receita. A primeira delas e a mais importante do portfolio é a geração hidrelétrica, por meio da usina Porto Primavera, que produziu 982,3 megawatts (MW) médios no 4T23, 19,4% superior ao visto no mesmo período de 2022.

Na energia eólica da Auren, a produção foi de 404,5 MW médios no último trimestre de 2023, uma alta de 16,1% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior, devido à entrada em operação de dois parques eólicos.

Na comercialização, o volume de trading de energia da Auren foi de 2.647 MW médios no 4T23, número 86,6% superior ao mesmo período de 2022.

Desempenho anual das ações da Auren

Cotação AURE3

Gráfico gerado em: 20/03/2024
1 Ano

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Vinícius Alves

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