Investir em renda fixa com foco em dividendos: como funciona?
Para os investidores que buscam renda mensal, as ações de empresas e fundos imobiliários são as escolhas mais óbvias. Porém, os fundos de infraestrutura (FI-Infra) que investem em ativos de renda fixa são interessantes para quem deseja renda extra protegida da inflação.
Os FI-Infra atuam no mercado de debêntures incentivadas. Por meio desses ativos, os fundos pagam rendimentos mensais isentos de imposto de renda para pessoa física, uma atração que os títulos públicos não possuem.
Para entender melhor como o investidor pode ter dividendos mensais por meio da renda fixa, o Suno Notícias conversou com Antônio Pedro Teixeira, sócio da JGP e analista de crédito. Dentre as vantagens de investir em renda fixa por meio dos fundos de infraestrutura, o gestor cita a isenção dos rendimentos, o carrego dos papéis no vencimento dos títulos e os ganhos acima da inflação.
O que são FI-Infra?
Como o próprio nome sugere, os FI-Infra alocam seu capital na dívida de empresas do setor de infraestrutura, com projetos nos segmentos de energia, rodovias, saneamento.
Uma de suas vantagens é a existência do duplo benefício fiscal aos seus investidores. Além da isenção de imposto sobre os dividendos, existe a isenção de IR no ganho de capital com a venda das cotas na bolsa de valores.
Esses fundos são listados na bolsa de valores. Além da renda extra por meio dos proventos, é possível negociar as cotas dos FI-Infra com lucro.
Dividendos todos os meses com proteção da inflação
O gestor da JGP comenta que os títulos de renda fixa, como as debêntures incentivadas, possuem uma taxa de retorno indexada ao IPCA. Além do fundo FI-Infra carregar esse título até seu vencimento, essas debêntures são marcadas a mercado diariamente.
“Quando a taxa das debêntures fecha, o preço do papel aumenta. Dessa forma, o fundo pode ter ganho de marcação a mercado, além do carrego do papel”, comenta Teixeira. A média disso tudo, descontando as taxas, é distribuída aos cotistas, todos os meses.
Em um cenário de taxas de juros variáveis, os FI-Infra oferecem uma alternativa atrativa para investidores, pois seus ativos atrelados à inflação proporcionam uma proteção contra as flutuações econômicas. Isso torna os FI-Infra particularmente interessantes em períodos de incerteza econômica e volatilidade no mercado financeiro.
Renda fixa com dividendos é boa, mas o investidor precisa analisar os riscos
Como os fundos de infraestrutura possuem ativos de crédito privado em seu portfólio, o investidor precisa estar atento aos riscos.
O gestor da JGP lembra que os FI-Infra, além de terem risco por serem listados na bolsa de valores, há também o risco de crédito. Afinal, os fundos de infraestrutura investem na dívida de empresas, recebendo juros e amortizações.
Se houver algum calote em relação à empresa emissora da dívida, o fundo pode ser prejudicado. Por isso, os FI-Infra que têm maior diversificação de ativos podem mitigar esse tipo de risco.
No geral, destaca Texeira, o mercado de crédito possui muitos títulos de renda fixa high grade, com empresas devedoras com rating elevado, além da própria diversificação do portfólio dos fundos.