De acordo com as declarações de Capitais Brasileiros no Exterior (CBE), os investimentos no exterior de empresas e pessoas físicas brasileiras atingiram US$ 529,221 bilhões em 2019. A informação foi divulgada nessa terça-feira (25) pelo Banco Central (BC).
O montante que representa os investimentos no exterior de brasileiros, superou US$ 500 bilhões pela primeira vez no ano passado. Além disso, cresceu 7,3% ante 2018, quando os ativos ficaram em US$ 493,176 bilhões.
Vale destacar que esses ativos representam investimentos em:
- Ações;
- Títulos;
- Imóveis;
- Moedas;
- depósitos.
O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, explicou que “é muito comum brasileiros, a partir de um determinado nível de renda, manterem atividades empresariais no exterior ou fazer uma poupança em outras moedas, no caso de pessoas físicas, porque faz parte de sua aposentadoria ou têm planos de se transferir para o exterior”.
Rocha ainda apontou que “os dados da pesquisa mostram que continua o movimento do aumento de investimento de pessoas físicas e jurídicas no exterior e o volume ultrapassou meio trilhão de dólares. É a primeira vez na pesquisa que essa marca é ultrapassada”. Segundo ele, o movimento é “constante, mas não é necessariamente linear”. “Se olhar a pesquisa como um todo, ela mostra uma tendência que me parece consistente com as empresas aumentando a participação no exterior e o fluxo de IED no exterior já superam a reservas internacionais“.
Mesmo com alta do dólar, brasileiros fazem investimentos no exterior
Mesmo com a alta do moeda norte-americana e, por consequência, a desvalorização do valor da moeda brasileira em 2020, o investidor brasileiro tem diversificado cada vez mais a sua carteira com ativos de fora do País. Essa movimentação, há pouco tempo atrás, era algo considerado coisa de grandes investidores. Entretanto, o número de investidores neste segmento tem crescido.
A Avenue Securities, por exemplo, corretora criada para facilitar o investimento direto do brasileiro na Bolsa dos EUA, contava com mais de 100 mil contas abertas em junho desse ano.
De acordo com dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), o número de cotistas de fundos com classificação de “investimento no exterior” ainda é um pouco baixo. Em março, eram 10 mil a mais do que no início do ano passado, totalizando 88 mil. As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo” e foram publicadas em meados de junho.