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Investimentos para os filhos: confira os 5 erros mais comuns de mães e pais

Confira os 5 erros mais comuns de mães e pais quando fazem investimentos para os filhos

Confira os 5 erros mais comuns de mães e pais quando fazem investimentos para os filhos

Montar uma generosa reserva financeira para o futuro dos filhos é o desejo de muitas mães e pais. Afinal, ter dinheiro para começar a vida adulta pode fazer uma boa diferença na vida da próxima geração. No entanto, este sonho envolve algumas armadilhas que podem atrapalhar o bem estar financeiro familiar. Confira quais são os maiores erros que os investidores cometem na hora de planejar investimentos para os filhos.

1. Investir para os filhos antes de ter seu próprio investimento

Ao terem filhos, muitas investidoras e investidores se apressam em fazer aportes para as crianças. Mas tem um porém: muita gente faz isso antes mesmo de ter assegurado a sua própria reserva de emergência.

Para os especialistas, fazer isso é como dar um tiro no pé. “Não adianta pensar no futuro financeiro dos filhos se os pais ainda não conseguiram assegurar que terão ao menos dinheiro para emergências. Se precisarem pegar dinheiro dos filhos para cobrir emergências se sentirão frustrados”, explica a economista e educadora financeira Andreia Fernanda, fundadora da Rico Foco, especializada em atender mulheres.

Economista Andreia Fernanda, da Rico Foco

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De acordo com Gabriela Mosmann, analista da SUNO Research, os pais somente devem pensar em investir para as crianças quando tiverem sua reserva de emergência montada e uma boa carteira de investimentos.

Vale lembrar que a reserva de emergência deve corresponder a seis a 12 meses dos gastos familiares. “Você tem que estar bem resolvida financeiramente e ter tudo bem planejado antes de pensar em investir para os filhos“, explica.

O ideal é que os pais priorizem cuidar da sua própria independência financeira na aposentadoria, garantindo que não dependerão dos filhos. Desta forma, já estarão dando um grande presente para o futuro da geração seguinte. “Infelizmente, hoje são poucos os idosos que têm esta independência”, destaca Andreia.

2. Querer ensinar investimentos para os filhos antes de aprender

Da mesma forma, muita gente quer ensinar sobre dinheiro para os filhos sem ter recebido o conhecimento necessário para isso.

Segundo Eduardo Becker, professor dos programas B3 na Saint Paul Escola de Negócios, o ideal é que os pais procurem aprender noções básicas sobre inteligência financeira para apoiar os filhos e orientá-los a buscar o conhecimento que necessitarão no futuro.

Este foi o caminho do educador parental Alexandre Colombo, de 41 anos. Nos últimos anos, ele fez vários cursos de educação financeira e colocou as suas finanças em dia. Atualmente, investe títulos do Tesouro Direto, ações, fundos imobiliários, ouro e fundos de investimentos. Com a “casa” em ordem, ele inclui os dois filhos, Vitor (7 anos) e Guto (11 anos), no dia a dia das finanças familiares.

“Meus filhos me veem com a plataforma de negociação de ações aberta no comutador e ficam interessados, querem ver como estão as empresas e entender se estão ganhando ou perdendo dinheiro”, conta.

As duas crianças têm contas em um banco digital que inclui tarefas de educação financeira dentro do aplicativo. Além de aportes feitos pelos familiares, os meninos obtêm recursos com a venda de livros e brinquedos que não usam mais.

Cerca de 70% dos recursos estão alocadas em renda fixa e 30% em renda variável, e eles ainda deixam uma parte do dinheiro disponível para usar no dia a dia. Tanto a esposa Tatiana Romero quanto as crianças participam de conversas sobre as alocações.

“A experiência tem sido sensacional. Quanto mais maturidade eles têm e mais conhecimento, mais eles poupam e menos pensam no gasto imediato”, conta.

Investimentos para os filhos são rotina para Alexandre Colombo

3. Aplicar para os filhos sem pensar na educação financeira

Outro erro comum de quem deseja montar uma reserva financeira para os filhos é fazer aportes sem pensar na questão da educação financeira.

Isso porque de nada adianta chegar aos 20 anos de idade com dinheiro no banco sem saber qual é a melhor forma de utilizar ou administrar o dinheiro.

“Por isso, o mais importante é os pais se planejarem para dar educação financeira para os filhos, mais do que darem o dinheiro”, diz Gabriela, da Suno Research.

Segundo ela, os pais devem envolver as crianças no processo de gestão financeira, mostrando que os recursos devem ser valorizados e que os gastos devem ser planejados. Principalmente a partir dos 10 anos, esta inclusão da criança fica mais fácil.

No entanto, é possível dar noções de educação financeira desde cedo, dando para os pequenos uma semanada e mostrando que o dinheiro deve ser reservado para realizar sonhos.

Para Becker, os pais podem seguir as seguintes etapas:

  1. O primeiro passo é aprender a postergar o prazer do consumo imediato com vistas a um benefício maior no futuro.
  2. Em seguida, desenvolver inteligência financeira – saber como funciona o mundo do dinheiro.
  3. Depois, aprender sobre como desenvolver uma estratégia de longo prazo para que possam alcançar seus objetivos financeiros.
  4. Então, os pais deverão aprender as técnicas que, implementadas, os ajudarão a atingir os objetivos planejados.
  5. E o mais importante: à medida que aprendem, devem ensinar os filhos. Assim, podem estreitar laços, criar compromissos mútuos e estimular os filhos.

4. Deixar a criança de fora do processo de investimentos

Tomar todas as decisões financeiras pela criança também é um erro cometido por muitas mães e pais. Segundo Gabriela, da Suno, mesmo que o adulto tome a decisão final, a criança deve estimulada a acompanhar a sua carteira de investimentos junto com os pais.

Ao mesmo tempo, os pais têm a oportunidade de envolver os filhos no processo de tomada de decisão, mostrando as várias opções existentes, para que os jovens investidores se acostumem desde cedo a fazer escolhas.

“É importante a criança participar da definição de metas e objetivos, entendendo o porquê daquele investimento”, diz. “Muitas vezes o adulto pensa que a criança não vai entender, mas ela entende e tem um desejo imenso de aprender”, afirma a analista da Suno.

Segundo Andreia Fernanda, este diálogo entre pais e filhos sobre investimentos ajuda a evitar que as crianças desenvolvam fobia financeira, que é o medo de lidar com as finanças. “Quase metade da população brasileira apresenta sinais de fobia financeira. E isso se dá não pelo desconhecimento de análises numéricas e sim por fatores relacionados a traumas, falta de confiança e procrastinação”, explica.

5. Pesar a mão em ativos de maior risco

Exagerar na fatia de renda variável é outro erro comum cometido pelos pais na hora de planejar investimentos para os filhos. O ideal, segundo a especialista da Suno, é colocar até 20% da carteira de investimentos das crianças em ativos de renda variável de maior risco, como ações ou fundos de ações.

A maior parte deve ficar alocada em renda fixa atrelada à inflação, fundos multimercado ou fundos de investimento imobiliários, que são menos voláteis.

“O melhor a fazer é simplificar e deixar a maior parte em ativos que não seja tão volátil, porque senão você pode assustar seu filho com grandes oscilações da renda variável”, orienta Gabriela.

Gabriela, analista da Suno, fala sobre investimentos para filhos

Segundo ela, o mais importante nesta etapa da vida é estimular o interesse das crianças e adolescentes no mercado de investimentos e na economia, simplificando e focando em ativos que gerem maior interesse da família e sejam mais “confortáveis”.

O professor da Saint Paul Escola de Negócios recomenda ainda que os pais escolham ações de empresas que não são muito afetadas por crises como empresas de saneamento, transmissoras de energia elétrica, seguradoras e empresas de telecomunicações.

Além disso, Fundos Imobiliários bastante diversificados (multi-imóveis, multi-inquilinos e multi-região) são uma boa pedida, segundo ele.

Outros cuidados

Além disso, os pais devem deixar claro para as crianças que quem paga as contas é a renda, não o patrimônio. “A renda é um dinheiro que vem periodicamente. Se pagar as contas com patrimônio, ele vai ficando cada vez menor”, destaca Becker.

Outra dica importante, segundo o professor, é abrir uma conta em uma corretora de valores em nome da criança. Para isso, o responsável legal é procurador da conta enquanto a criança for menor de idade, e a declaração de bens é feita pelo responsável, colocando a criança como e dependente.

“Devemos lembrar que com o passar do tempo, a criança – agora um adulto – irá querer gerir seu próprio dinheiro. Então faz mais sentido já abrir conta em nome da criança para fazer investimentos para os filhos“, afirma.

 

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