Investir em ESG é bom para o planeta, mas faz diferença no bolso?
Investidores do mundo inteiro estão mais exigentes. Não basta escolher empresas que ofereçam retornos acima da média ou companhias que possuem valuation atrativo. Estamos em uma nova era do mercado financeiro, com os investimentos ESG – em inglês, Environmental, Social and Governance – traduzido como Meio Ambiente, Sociedade e Governança.
Mas quem se preocupa com estas questões também precisa ver seus rendimentos crescerem e por isso é importante saber: investimentos ESG são lucrativos? Vários estudos mostram que empresas que seguem boas práticas ambientais, sociais e de governança trazem maior retorno que as demais.
Você tem dúvidas? Então nos acompanhe nesta “Semana do ESG: Investindo no Futuro“, realizada com apoio da CBA e da Rio Bravo. Entre 8 e 12 de agosto, o Suno Notícias vai trazer uma série de conteúdos especiais sobre investimentos ESG para você ficar por dentro do tema e entender como isso impacta o seu bolso. Você acompanha todo o conteúdo neste link.
Você também não pode perder o evento presencial do Suno Notícias sobre ESG, com vagas limitadas, que ocorrerá no dia 17 de agosto, em São Paulo.
Investir em ESG faz bem para o mundo e para o bolso
Embora em 2022, com a crise mundial, os investimentos ESG também estejam sofrendo, há várias evidências de que no longo prazo este tipo de investimento seja favorável porque reduz riscos, contribui para uma geração de recursos mais perene e estável.
Tanto é que grandes gestoras de vários países desenvolvidos possuem fundos de investimentos dedicados focados em companhias que levam o ESG a sério, com mais de U$ 1 trilhão investidos nos últimos dois anos. Um dos exemplos clássicos é a Blackrock, com extenso portfólio dedicado aos investimentos ESG, além da francesa Mirova e da Aviva Investors, de Londres.
De acordo com publicação do Harvard Business Review, a Just Capital criou um índice com 100 empresas com práticas sustentáveis dos Estados Unidos. Você sabe qual foi o resultado do “experimento”? O estudo mostrou que em 2020 essas empresas “bateram” o mercado, desbancando os melhores índices do mercado americano.
Harvard identificou retorno adicional de 9%
Falando em Harvard, professores da Harvard Business School analisaram os retornos ao longo de 20 anos de 2.307 empresas que se destacaram por práticas ESG. A conclusão foi de que, no período, essas companhias apresentaram um retorno adicional de 9% ao ano para o acionista, o que é uma notícia interessante para quem quer investir em empresas ESG.
Ou seja, as empresas que priorizam as práticas da agenda ESG são lucrativas, afirma Fábio Alperowitch, gestor da Fama Investimentos, um dos grandes nomes do ESG no Brasil, que estará presente no evento presencial da Suno.
O especialista em ESG explica que as empresas não precisam optar entre ser rentável ou sustentável. É o contrário. “As empresas mais responsáveis são também mais rentáveis. Você pega por exemplo a Renner (LREN3): ela acorda todos os dias pensando em como vai crescer mais, como aumentar a margem, novos produtos e etc”, ressalta o gestor.
Ele destaca que a Renner nunca deixou de pensar em crescimento de resultado. Apenas não admite que esse resultado venha de más práticas. “Se é para comprar por fornecedor que vende roupa através de trabalho escravo análago à escravidão, eles recusam”, destaca Alperowitch.
As empresas mais conhecidas como responsáveis e sustentáveis, como Klabin (KLBN3), Natura (NTCO3) e Fleury (FLRY3), são companhias que estão o dia todo pensando em como ganhar mais dinheiro, opina o gestor da Fama Investimentos.
Empresas sustentáveis também são rentáveis?
No fim das contas, as empresas que estão bem posicionadas na agenda ESG são nomes de qualidade, complementa Marcela Ungaretti, Head de Research ESG da XP. A especialista cita que são empresas referências em governança, fazendo boa gestão de risco até melhor que outras companhias. Ou seja, as empresas têm perspectivas de melhores resultados.
No curto prazo, o índice criado pela B3 para indicar as empresas mais sustentáveis, o Índice Sustentabilidade (ISE), está no “prejuízo”, perdendo para o IBOV. Até o mês de julho, o principal índice da bolsa brasileira acumulou perdas de 4,3% em 2022, enquanto a queda do ISE chegou a 13,5%. Mas, no longo prazo, a situação é diferente.
Na XP, foram feitos estudos que medem a performance de empresas que estão dentro da agenda ESG em comparação com seus benchmarks. No caso brasileiro, o ISE performou melhor que o índice Ibovespa (IBOV) em 20% desde sua criação em 2005.
Em outros índices ao redor do mundo, Ungaretti comenta que as empresas ESG também foram melhores que as outras companhias.
Veja 5 pontos fortes nas empresas com práticas ESG:
Neste ponto, um importante estudo conduzido pela Mckinsey, empresa global de consultoria, mostra o quanto as práticas ESG atuam fortemente na geração de valor das empresas, por meio de:
- Facilitação do crescimento de receita;
- Redução de custos;
- Menor intervenção regulatória e legais;
- Aumento da produtividade dos funcionários;
- Otimização de investimento.
Portanto, a pesquisa mostra que as empresas que possuem práticas sustentáveis investem de forma significativa para obter retornos de longo prazo.
Outro estudo da XP cita a volatilidade e resiliência desses índices ESG em contexto de dificuldades de mercado. Eles caíram menos que outros “índices convencionais” em momentos de crise, tal como na época da queda das bolsas em 2020, no início da pandemia.
Por fim, isso mostra que essas empresas que valorizam uma agenda de práticas sustentáveis são bem geridas e possuem qualidade como um todo, tornando-se bons investimentos.
O ESG cada vez mais no radar do investidor pessoa física
As empresas e fundos de investimentos que possuem boas práticas de sustentabilidade estão cada vez mais no radar do investidor comum, que vê com apreço o compromisso dessas companhias com o meio ambiente, com a sociedade e governança transparente. Tamanho é o interesse que o patrimônio dos fundos com essa temática passou de R$ 1,03 bilhão em 2008 para R$ 2,01 bilhões em março de 2022, segundo dados da Anbima.
Neste aspecto, o termo ESG surgiu para separar empresas que possuem práticas sustentáveis daquelas que não se preocupam com questões relacionadas à sua responsabilidade com o mundo.
A sigla surgiu em 2004, dentro de um grupo de trabalho ligado à ONU, com o intuito de conscientizar os investidores sobre a importância da sustentabilidade no ambiente dos negócios.
Desde então, o tema ganhou relevância no mundo desenvolvido, com países europeus preocupados com os impactos da atividade econômica no mundo inteiro, cobrando das empresas um compromisso mais efetivo no combate às desigualdades. Obviamente, a agenda ESG encontrou espaço em diferentes contextos econômicos, inclusive no Brasil.
Aprofundando na definição de empresas ESG
A princípio, muitos identificavam as empresas ESG com a temática focada exclusivamente no aspecto ambiental. Em outras palavras, uma empresa do setor de energia limpa era sinônimo de sustentável. Porém, o conceito vai muito além.
Uma companhia pode ter “produtos verdes”, mas não ser transparente na sua comunicação com a sociedade, ou até mesmo praticar uma política salarial incompatível com a necessidade dos seus trabalhadores, desprezando seu compromisso social.
Neste aspecto, empresas com o “selo ESG”, na prática, trazem consigo o esforço de reduzir os impactos da sua atividade econômica nas mais diferentes esferas da sociedade. E a agenda ambiental, obviamente, é muito importante, mas não para por aí.
É preciso que os investidores se atentem aos aspectos sociais e de governança das companhias que desejam investir. “No âmbito social, é possível pensar em dois universos, como destaca Marcela Ungaretti.
Ela afirma que a esfera social das empresas que têm boas práticas de sustentabilidade possui dois aspectos principais, que começam da “porta para dentro da empresa e também porta para “fora de companhia”, ou seja, em relação à sociedade de forma mais ampla.
Políticas internas das empresas também contam
O social no aspecto interno refere-se à política da companhia junto a seus colaboradores. Já a agenda externa se refere aos esforços das companhias em direção à sociedade, pensando nos impactos no entorno da empresa. “É de responsabilidade da companhia prezar pelo bem-estar dessas comunidades, inclusive por meio da filantropia corporativa”, destaca a head da XP.
Já o âmbito da governança Ungaretti entende que ela permite que as políticas ambientais e sociais evoluam na empresa. Ou seja, uma empresa que é bem administrada possui elementos facilitadores das boas práticas de sustentabilidade.
Isso inclui na forma como a companhia está estruturada em termos de comitês, de auditoria e membros independentes, ou como a empresa consegue se estruturar de forma a diminuir os conflitos de interesses internos entre os órgãos.
E, sem dúvida, uma agenda de diversidade e inclusão na liderança corporativa é essencial. Ungaretti acredita que, quanto maior a diversidade na administração das companhias, maior a pluralidade de opiniões, o que, consequentemente, permite decisões que são mais inovadoras e positivas.
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