Os investimentos diretos dos chineses no Brasil diminuíram 75% em 2018. Depois de atingir US$ 11,3 bilhões em 2017, as aplicações caíram para US$ 2,8 bilhões no ano passado. As informações são da Secretaria de Assuntos Internacionais (Seain), ligada ao Ministério da Economia.
Especialistas atribuem essa queda às incertezas provindas das eleições presidenciais e a expectativas de mudanças em marcos regulatórios. O fato de ter havido grandes leilões no setor elétrico em 2016 e 2017, com participação de empresas chinesas, também contribuiu para a diminuição dos investimentos da China em 2018.
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Embora mais acentuada no Brasil, a queda das aplicações dos chineses foi generalizada em todo o mundo. O fluxo do primeiro semestre de 2018 indica uma redução de 42% no investimento global chinês. Foi de US$ 158,9 bilhões em 2017 para US$ 91,32 bilhões no ano seguinte. O dado é do The Heritage Foundation & American Enterprise Institute.
A comparação de 2018 com anos anteriores fica mais discrepante quando considerado o cenário que levou a uma alta dos investimentos a partir de 2015. Com a crise econômica se agravando no Brasil, os ativos nacionais ficaram mais baratos para o investidor estrangeiro. Só o investimento da State Grid Corp of China na CPFL Energia ultrapassou US$ 12 bilhões em 2016 e 2017.