Investimento estrangeiro direto no Brasil cai 12% em 2018
O Investimento Estrangeiro Direto (IED) no Brasil caiu 12% em 2018. Os dados são do Monitor de Tendências de Investimentos Globais e foram divulgados pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).
O fluxo de investimento estrangeiro no Brasil caiu de US$ 68 bilhões em 2017 para US$ 59 bilhões em 2018. O montante ficou abaixo da expectativa do mercado. Economistas projetavam que o País atrairia US$ 75 bilhões em IED no período.
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O IED é a movimentação de capitais internacionais para o fim específico de investimento, isto é, mede o capital investido por estrangeiros em um país. Economistas o classificam como “bom investimento”, já que os recursos vão para o capital produtivo. Construção de fábricas, infraestrutura, empréstimos, fusões e aquisições se enquadram nessa categoria.
A queda no investimento estrangeiro no Brasil fez o País cair da 4ª para a 9ª posição entre os países que mais recebem aportes do exterior. Confira os principais destinos do IED:
- Estados Unidos: US$ 226 bilhões
- China: US$ 142 bilhões
- Reino Unido: US$ 122 bilhões
- Hong Kong: US$ 112 bilhões
- Singapura: US$ 77 bilhões
- Espanha: US$ 70 bilhões
- Holanda: US$ 64 bilhões
- Austrália: US$ 62 bilhões
- Brasil: US$ 59 bilhões
- Índia: US$ 43 bilhões
Fluxo global
No mundo todo, o fluxo de investimentos caiu ao nível mais baixo desde a crise global de 2008. O IED retraiu 19%, passando de US$ 1,47 trilhão para US$1,2 trilhão em 2018.
A retração se concentrou nos países desenvolvidos, onde o volume caiu até 40%, descendo a US$ 451 bilhões. A reforma fiscal corporativa dos Estados Unidos em 2018 teria contribuído para a queda, de acordo com a UNCTAD.
“A partir de 2017, empresas multinacionais norte-americanas embarcaram em uma grande repatriação de ganhos estrangeiros acumulados, uma ação que afetou fortemente a Europa”, diz o relatório do Monitor de Tendências de Investimentos Globais.
Nas economias emergentes, no entanto, o IED cresceu 3%, atingindo US$ 694 bilhões. Cinco dos dez países que mais atraíram recursos do exterior são economias emergentes, entre elas o Brasil.